Estudantes lotam as ruas de 70 cidades da Espanha
Nesta quinta- feira (18), acontece o terceiro dia da jornada de luta de greves e manifestações dos estudantes em Espanha. Na terça-feira paralisaram suas atividades os do secundário, Na quarta juntaram-se os do superior, com centenas de milhares de estudantes a encherem as ruas de 70 cidades. Nesta quinta, os pais juntam-se às manifestações.
Publicado 18/10/2012 10:58

Os estudantes da Espanha cumprem nesta quinta-feira o terceiro dia da jornada de luta de três dias em defesa da escola pública. Segundo o sindicato dos estudantes, organizador da greve, houve uma paralisação de 70% dos estudantes, no primeiro dia (terça-feira, 16 de outubro).
No segundo dia de luta, também segundo o sindicato dos estudantes, paralisaram suas atividades cerca de 3 milhões de estudantes em todo o Estado espanhol. A greve no ensino secundário terá tido um nível de adesão de 95% em Galiza, Astúrias, Aragão, Catalunha, País Valenciano, Madrid, Estremadura e Andaluzia e de 85% nas outras comunidades. Foram constituídos mais de 760 comitês de luta, que se estenderam às universidades.
A jornada de luta tem a solidariedade de professores e pais. Pela primeira vez, a confederação de pais (Confederación Española de Asociaciones de Padres y Madres de Alumnos – CEAPA) apelou à greve, em conjunto com o Sindicato dos Estudantes, e participarão nas manifestações que estão convocadas para esta quinta-feira à tarde em diversas cidades de Espanha.
Os estudantes protestam contra a flexibilização de horários, as modificações curriculares, a manutenção dos apoios às instituições que segregam por sexo, o aumento do número de alunos por turma, o aumento do preço das matrículas e a diminuição das bolsas. Exigem sobretudo a retirada do anteprojeto governamental de lei da reforma educativa, que só permitirá o ensino para os ricos, segundo o sindicato dos estudantes e a confederação dos pais.
O ministro da Educação do governo do PP, José Ignacio Wert, acusou a confederação de pais de ser “irresponsável” e o sindicato de estudantes de “radical” e “extremista”. O presidente do sindicato de estudantes, Tohil Delgado, respondeu ao ministro na manifestação desta quarta-feira em Madrid: “Hoje estamos a dar uma lição ao cavernícola Wert. Ainda que nos chame de terroristas, o único terrorista é ele, que destrói a educação pública”. Tohil Delgado afirmou ainda que os jovens não querem “um governo que está a serviço dos banqueiros e dos grandes empresários e que destrói tudo o que é público” e rematou: “Eles são parasitas sociais que se nutrem do nosso sofrimento”.
Fonte: Esquerda.net