Mulheres são maioria entre casais homossexuais

Mais mulheres do que homens declararam estar em uma união homossexual no país, segundo dados do Censo 2010. Dentre os casais homossexuais, 53,8% eram constituídos por duas mulheres e 46,2% por dois homens.Segundo o IBGE, 13% das pessoas que compunham casais homossexuais disseram ser casadas ou ter registro de união estável.

Foi a primeira vez que o IBGE pesquisou casais do mesmo sexo, ao indagar no questionário do Censo o sexo do cônjuge do chefe da família.

Até então, o instituto assumia que todos os casados viviam com pessoas do sexo oposto. A população brasileira tem 51% de mulheres e 49% de homens.

Para Júlio Moreira, presidente da ONG Grupo Arco-Íris, questões culturais explicam o fato das mulheres se "assumirem mais" quando estão numa relação estável.

Segundo ele, mesmo entre as lésbicas prevalecem os valores de buscar um relacionamento duradouro. Já os homens, diz, são criados com uma "cabeça mais libertária", que os permite "transitar mais entre várias relações".

Ao todo, o IBGE constatou que em cerca de 60 mil domicílios brasileiros moravam casais do mesmo sexo. O total correspondia a apenas 0,1% dos domicílios do país.

Moreira afirma que esse número "certamente embute uma elevada subnotificação", fruto do preconceito. "Muitas pessoas ainda ficam no armário. Têm medo de se assumirem."

Não existem, porém, dados oficiais da população homossexual no Brasil nem do total de uniões registradas em cartório ou aprovadas na Justiça.

Entre os lares com casais homossexuais contabilizados pelo IBGE, a grande maioria (52,6%) estava na região Sudeste, principalmente nas metrópoles de São Paulo e Rio.

Depois, os contingentes mais expressivos estavam nas regiões Nordeste (20,1% do total) e Sul (13%). Do total, o Centro-Oeste tinha só 8,4% dos casais, e o Norte ficava com 5,9%.

Segundo o IBGE, 25,8% dos casais formados por pessoas do mesmo sexo diziam ter ensino superior completo. Já 47,4% deles se declararam católicos -maior grupo religiosos entre casais do mesmo sexo, seguido pelo de pessoas sem religião (20,4%).

Fonte: folha de S. Paulo