Lucro: Caixa prevê captar até R$ 1,5 bi em novo fundo

A Caixa Econômica Federal pretende captar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, num prazo de seis meses, em seu fundo de índice (ETF) referenciado no Ibovespa e em um fundo de participação atrelado a ele.

O Caixa ETF Ibovespa Fundo de Índice será lançado hoje na BM&FBovespa, seis meses depois de o banco ter vencido concorrência promovida pela bolsa para a criação de um novo ETF baseado em seu principal índice de ações. Até agora, só existia um ETF referenciado no Ibovespa, sob gestão da BlackRock.

"Queremos começar a democratizar a cultura de investimentos em renda variável", diz a diretora-executiva da Caixa para gestão de ativos de terceiros, Alexsandra Camelo.

Hoje, será feita a emissão primária das cotas do ETF, com a venda de lotes de R$ 3 milhões. No mercado secundário, a aplicação mínima em um lote de dez cotas sairá inicialmente por volta de R$ 600 – com foco no investidor pessoa física.

Em paralelo, o banco vai lançar o fundo de participações FIP Caixa Brasil ETF, que investirá em cotas do fundo de índice. Com aplicação mínima de R$ 30 mil e taxa de administração de 0,5%, o FIP terá como alvo os fundos de pensão de Estados e municípios, os chamados RPPS.

Com isso, a Caixa pretende capturar parte da movimentação dos fundos de pensão em busca de ativos mais rentáveis, que deve se acentuar com a queda da Selic.

Além do ETF, o banco trabalha no desenvolvimento de novos produtos. Em parceria com um gestor independente, cujo nome ainda é mantido sob sigilo, a Caixa vai lançar em dezembro uma carteira multimercados.

No início deste mês, a instituição colocou no mercado um fundo de "small caps", constituído por ações de empresas de pequeno e médio portes. Também estão sendo criados fundos setoriais de renda variável e um fundo de infraestrutura. "Estamos procurando trabalhar produtos mais elaborados. Com a queda dos juros, não adianta mais criar fundos de renda fixa tradicionais", disse Alexsandra.

Nesta semana, a Caixa também estreia um novo portal do investidor, que poderá ser acessado a partir do site do banco. A ideia é explicar de forma mais didática as características de cada opção de investimento oferecida pela instituição. "Vai ao encontro dessa mudança no comportamento da Caixa, que está deixando um pouco de lado os fundos tradicionais", afirmou a superintendente de desenvolvimento de produtos de ativos de terceiros do banco, Alenir Romanello. "Só lançar produto novo não basta. Tem que explicar também."

Fonte: Valor Econômico