Índice de desemprego cai em 2,5% no mês de outubro, diz FGV

Estudo apresentado, nesta quarta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), prevê que a taxa de desemprego de outubro, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve apresentar redução de 2,5%.

A expectativa foi apresentada ontem pela fundação na divulgação de um novo índice para medir a tendência do mercado de trabalho, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD). A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, tem divulgação prevista para a próxima semana.

"A ideia é gerar um índice que possa ajudar nas políticas públicas, antecipando a divulgação do IBGE", disse Fernando de Holanda Filho, economista da fundação. A última PME divulgada pelo IBGE mostrou a taxa de desemprego em 5,4% para o mês de setembro. O objetivo da FGV é divulgar o novo índice entre 25 e 30 dias antes dos números oficiais do IBGE. "O principal objetivo desse novo indicador é prever crises e criar a possibilidade de o Banco Central tomar medidas que evitem recessões mais fortes", disse Holanda Filho.

O indicador é construído com base em dados da própria fundação a partir da Sondagem do Consumidor. "A gente quer dar agilidade à divulgação dos índices e só pode ter isso com dados que a gente produz", afirmou Holanda Filho. "Esse índice agrega agilidade, uma informação mais rápida sobre o mercado de trabalho."

Além do ICD, a FGV também anunciou a criação do Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que aponta a perspectiva futura para o mercado de trabalho variada entre dois e três meses. Em outubro o indicador aponta variação positiva de 2,4% sobre o apresentado no mês anterior. Holanda Filho afirmou que a expectativa apresentada no IAEmp é que o mercado de trabalho continue aquecido, puxado principalmente pelo setor de serviços.

Também com base de dados própria, o IAEmp foi criado como uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, tendo capacidade de antecipar os rumos do total de pessoas ocupadas no país. "E não se enxerga nenhuma grande variação nos próximos meses", afirmou Holanda Filho. O IAEmp tem base histórica em outubro de 2008. Já o a base para o ICD é o mês de novembro de 2005.

De acordo com a FGV, a criação dos novos indicadores surgiu da percepção dos consumidores e das empresas ouvidas pela equipe de sondagens da instituição quanto à oferta de emprego e à contratação de trabalhadores. "Notamos que os indicadores criados a partir das observações desses grupos geravam resultados bem parecidos com os das estatísticas tradicionais sobre o mercado de trabalho, com a vantagem que as sondagens são divulgadas mais rapidamente e dão sinalização para os meses à frente", afirmou o superintendente adjunto de ciclos econômicos, Aloísio Campelo.

Fonte: Jornal Valor Econômico