Exposições marcam Dia da Consciência Negra na Câmara

Duas exposições na Câmara dos Deputados marcam o Dia da Consciência Negra. O Centro Cultural da Câmara dos Deputados apresenta a partir desta terça-feira (20), prosseguindo até o dia 16 de dezembro a exposição capixaba Arte Tribal Africana. Também foi aberta hoje a exposição fotográfica “Lambe-sujos e Caboclinhos”, de Márcio Garcez.

Exposições marcam Dia da Consciência Negra na Câmara

A exposição tem 60 peças criadas entre os séculos 17 e o 20 pertencentes ao acervo do ÁfricaBrasil Museu Intercontinental, no Espírito Santo. Colecionadas há 35 anos pelo escritor capixaba Maciel de Aguiar, os objetos e as máscaras representam a milenar cultura e civilização africanas, e compõem um mosaico da história do continente.

Segundo Aguiar, a exposição representa o reconhecimento do Brasil à África e a sua importância na concepção da arte moderna no mundo.

Na cerimônia de abertura, às 18 horas, haverá apresentação de grupo folclórico de Ticumbi – manifestação afrodescendente que representa a luta entre dois reis para louvar São Benedito: Rei de Bamba e o Rei de Congo.

Lambe-sujos

Já a mostra fotográfica é composta de 40 fotografias que ilustram a tradicional festa da histórica cidade de Laranjeiras (SE), celebração que relembra os combates entre escravos e índios com muita música, comidas típicas, danças e performances.

Desde o final do século 19, em todos os segundos domingos do mês de outubro, ocorre o tradicional embate nas ruas calçadas de pedras da cidade, que é considerada Patrimônio Histórico Nacional. Os moradores de Laranjeiras, os visitantes curiosos e os turistas seduzidos pelo forte apelo popular da manifestação cultural tornam-se, muitas vezes, protagonistas do evento.

A cidade é tomada pelo aroma do mel de cabaú que, mesclado à tinta preta, cobre todo o corpo dos Lambe-sujos, deixando à vista o expressivo olhar dos personagens e o vermelho dos gorros. As armas são as foices que eram manipuladas pelas mãos calejadas dos escravos nos canaviais. Chupetas e cachimbos completam a caracterização.

Já os Caboclinhos, pintados de tinta vermelha, armados com arcos e flechas e ornados com penas, à moda indígena, formam pequenos grupos que entram em cena para perseguir os escravos fugitivos. Os Lambe-sujos são irreverentes, enquanto os Caboclinhos são mais contidos, como guerreiros sempre aptos à luta.

Da Redação em Brasília