Dirigentes comunistas se reúnem neste fim de semana em São Paulo

Teve início na noite desta sexta-feira (23) a 12ª Reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil. Até o domingo (25), o órgão máximo da direção comunista do País examinará uma variada gama de assuntos das conjunturas nacional e internacional, fará o balanço do processo eleitoral de 2012, encerrado no final de outubro, estabelecerá as tarefas do Partido para o próximo período e iniciará os debates preparatórios do 13º congresso previsto para o final de 2013.

Será aprovada moção condenando o bárbaro ataque perpetrado pelo regime sionista israelense desde 14 de novembro contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Para os comunistas, mais do que nunca é hora de as forças progressistas brasileiras reafirmarem o apoio e a solidariedade ao povo palestino. Os militantes e dirigentes do PCdoB, ao lado de dezenas de organizações políticas e sociais, estão fortemente empenhados na organização do Fórum Social Mundial Palestina Livre, que se realizará em Porto Alegre de 28 de novembro a 1º de dezembro.

Na opinião de Renato Rabelo, presidente nacional do Partido, o cenário mundial é mais instável, pioram as perspectivas econômicas e há um agravamento das tensões mundiais. “As forças de extrema-direita que comandam o Estado de Israel agem desenvoltas com o apoio dos EUA promovendo o genocídio do povo palestino”, enfatizou.

Ação Penal 470

O Comitê Central comunista aprovará também documento sobre a Ação Penal 470. Para Renato Rabelo, “o julgamento da Ação Penal 470 tornou-se a oportunidade valiosa para as forças conservadoras empreenderem a sua revanche”. O dirigente do PCdoB considera que a condenação dos líderes que compunham o antigo núcleo dirigente do Partido dos Trabalhadores já tinha sido feita pela mídia monopolista e pelos setores políticos conservadores e os julgados foram submetidos a um verdadeiro linchamento. “O processo e o julgamento no STF, agrega, assumiu dimensão política e caráter de exceção”.

Balanço eleitoral

Renato Rabelo apresentou o balanço das eleições municipais de 2012. Ressaltou a “vitória geral das forças políticas da ampla coalizão nacional de apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff, destacadamente o PT, o PSB, o PMDB e o próprio PCdoB”.

O PCdoB disputou eleições em mais de dois mil municípios e conquistou vitórias políticas e eleitorais. Elegeu 56 prefeitos, 87 vice-prefeitos e 976 vereadores. Nos 85 municípios com mais de 200 mil eleitores, onde as eleições são disputadas em dois turnos, o PCdoB triplicou sua votação e alcançou a 6ª colocação entre os mais votados. Em importantes capitais brasileiras, os comunistas protagonizaram campanhas que atingiram parcelas expressivas do eleitorado. As amplas chapas de vereadores projetaram também a sigla do PCdoB a novos patamares. Aumentou em 36% o número de prefeitos, em 31% a votação a vereadores e 61% o número de vereadores eleitos, numa acumulação gradativa de sua força eleitoral.

Posteriormente à reunião do Comitê Central e com o acompanhamento desta instância dirigente, serão realizadas reuniões dos comitês estaduais, que farão análises locais pormenorizadas. Nessas reuniões, o coletivo comunista examinará detidamente também, ao lado dos grandes êxitos, as razões dos reveses eleitorais sofridos nas eleições majoritárias em Porto Alegre, Florianópolis, Manaus, Fortaleza, Aracaju, Macapá e Goiânia.

O quadro político pós-eleitoral revela um “enfraquecimento geral da oposição neoliberal e conservadora, sobretudo seu núcleo mais reacionário formado pelo PSDB e o DEM”, assinala o presidente do PCdoB. Os resultados eleitorais de 2012 reforçam a tendência a se formar uma ampla unidade de forças, nucleadas pela esquerda e o centro-esquerda, para disputar em condições favoráveis as eleições presidenciais e parlamentares de 2014, a fim de dar continuidade e aprofundar as mudanças necessárias ao país, sob a liderança de Dilma Rousseff.

A reunião do Comitê Central aprovará a realização de encontros de vereadores e de um encontro nacional de prefeitos e vice-prefeitos, tendo em vista a unificação do discurso político, a formação ideológica e a qualificação enquanto gestores que prestam serviço ao povo e à nação.

A luta e a construção do Partido

Em destaque no enfoque da direção nacional do PCdoB está a continuidade da luta política no quadro de acumulação estratégica de forças, em que a ação institucional e parlamentar do Partido se entrelaça com a luta de massas, com o combate pelas reformas estruturais democráticas, pelos direitos do povo, em defesa da soberania nacional, do desenvolvimento do País com distribuição de renda e valorização do trabalho e com a ação internacionalista e anti-imperialista.

Tudo isso, em convergência com os esforços pela estruturação orgânica do Partido, seu enraizamento entre os trabalhadores, as massas populares, a intelectualidade progressista, a juventude e as mulheres, assim como com a formação política e ideológica de um Partido com identidade comunista, cujo objetivo programático é a conquista do socialismo no Brasil.

Da redação do Vermelho