Manifestação dos Tijolos em Brasília denuncia onda de homicídios

O Rio de Paz, filiado ao Departamento de Informação Pública da ONU, realizará nesta quarta-feira (28) das seis às 18 horas, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, ato público de repúdio à onda de homicídios em São Paulo e ao meio milhão de assassinatos ocorridos no Brasil nos últimos 10 anos.

Manifestação dos Tijolos em Brasília denuncia onda de homicídios - Uol

Ontem (27) os voluntários do movimento espalharam em frente ao Congresso Nacional 960 tijolos, que representam o número de vidas interrompidas pelo crime semanalmente no Brasil. Uma grande faixa foi fincada no gramado com a seguinte frase: “Brasil: Meio Milhão de Assassinatos em 10 Anos. Vergonha”.

O ato visa exigir das autoridades públicas a implementação de cinco medidas fundamentais para que a taxa de mortes violentas caia no Brasil: reformar e valorizar a polícia; prover condições dignas de custódia aos presos; estabelecer metas de redução de homicídio para todos os Estados da federação; apresentar com transparência e rapidez as estatísticas estaduais de mortes violentas; e levar políticas públicas para as comunidades pobres.

Após a manifestação, os tijolos serão doados simbolicamente ao Ministério da Educação, lembrando ao poder público o óbvio: mais escolas, menos presídios.

“Meio milhão de assassinatos em 10 anos e milhares de desaparecidos, muitos dos quais mortos, cujos nomes não aparecem nas estatísticas oficiais de homicídio. Vidas interrompidas pelo crime e famílias devastadas pela dor da saudade. No Brasil, o poder público tem lidado irresponsavelmente com sua obrigação de garantir a todos o direito à vida, expondo assim ao descrédito a própria democracia, pois com tantas mortes muitos passam a duvidar da sua eficácia”, diz o fundador do Rio de Paz, Antônio Costa.

“Ninguém assume responsabilidade alguma pelos assassinatos que ocorrem em escala de guerra civil no Brasil. Presidente da República, Ministro da Justiça, Governadores, Secretários de Segurança dos Estados, Comandantes Gerais da Polícia Militar, Chefes da Polícia Civil, se eximem sempre de toda responsabilidade quando chacinas como as que estão acontecendo em São Paulo se repetem no restante do país. O culpado deve ser aquele que decidiu viver e andar pelas ruas de um país no qual a vida humana não tem valor”, avalia.

E continua: “Não adianta trocarmos o Secretário de Segurança Pública, o Comandante da Polícia Militar, o Chefe da Polícia Civil, se mudanças estruturais na segurança pública não estão sendo implementadas. Precisamos de governantes e agentes do poder público com coragem e autonomia para enfrentar as causas deste meio milhão de assassinatos de brasileiros nos últimos 10 anos, em plena vigência do regime democrático”.

O Rio de Paz começou há cinco dias coleta de assinaturas pela internet visando apresentar ao Poder Executivo brasileiro uma petição com as cinco reivindicações. O link para a petição encontra-se no Blog Rio de Paz.

Da Redação em Brasília