Entrega do Prêmio José Augusto Mochel reune lideranças

Representantes das lutas populares, culturais e socialistas comparecem à entrega da 6ª edição do prêmio e homenageiam a luta contra as desigualdades no Maranhão

Flávio Dino e Edivaldo com Wagner Lago: homenagem a Jackson Lago

 Oito homenageados receberam na noite da última sexta (07) o Prêmio José Augusto Mochel, que já está em sua 6ª edição. Representantes de lutas populares pelo Maranhão, os agraciados deste ano lembraram do histórico de batalha por reforma agrária nas décadas de 1970 e 1980 e pelos direitos humanos.

Em solenidade festiva, no início da noite, os premiados compartilharam parte de seus históricos em busca de uma sociedade mais justa. Representando o ex-governador Jackson Lago, que recebeu a Homenagem Póstuma desta edição, Wagner Lago (irmão do ex-governador e ex-prefeito de São Luís) se emocionou ao afirmar: “O legado de Jackson Lago, nós aprendemos todos os dias. São lições de mudança, de luta pelo nosso estado.”

A entrega da homenagem póstuma foi feita pelo presidente da Embratur e presidente estadual licenciado do PCdoB, Flávio Dino, e pelo prefeito eleito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC).
Representando o Grupo de Teatro Grita, responsável pelas Vias Sacras realizadas no Anjo da Guarda todos os anos, o suplente de vereador, Renato Porto recebeu a Homenagem Institucional do Prêmio José Augusto Mochel 2012. Ele lembrou dos 15 anos em que atuou no grupo e da parceria do Grita com a população da área Itaqui-Bacanga.

“O Grita faz um lindo trabalho. Esta homenagem é dedicada a todos e todas que dedicam seu tempo a mostrar nos locais de alta vulnerabilidade que é possível fazer arte e, com ela, mudar a realidade,” ressaltou Renato Porto.

As homenagens seguiram com a entrega do prêmio ao médico Antônio Rafael da Silva, que definiu as lutas de esquerda como “traço de irmandade e respeito com todos os seres humanos, iguais em sua essência.”

A vice-prefeita eleita de São Paulo, Nádia Campeão, também foi homenageada. Por ter reorganizado o PCdoB no Maranhão e aqui ter participado de lutas por reforma agrária. Por motivos de saúde familiar, Nádia não pôde comparecer à cerimônia, mas enviou uma carta que foi lida pelo presidente da Embratur, em que contava suas experiências no Maranhão ao lado da luta camponesa, sobretudo na região de Santa Luzia.

O ex-deputado Luís Vila Nova também foi homenageado e prestou homenagem a todos os comunistas brasileiros. Entre discursos e cantorias, Vila Nova destacou a importância de manter a coerência de ideias. “Você pode até falar contra os donos do capital, mas se tu não tem coragem de enfrentar e ser capaz de dar a tua vida. Ah, então você não é contra o capitalismo.”

Joãozinho Ribeiro e a quebradeira de coco, Maria Adelina (conhecida por Dáda) também fizeram parte da homenagem. Entre as memórias destacadas por Dáda durante o evento, esteve a caminhada das quebradeiras de coco em apoio a candidaturas de oposição no Maranhão, inclusive a Jackson Lago. “Não é nenhum privilégio ser quebradeira de coco no Maranhão, porque somos mão-de-obra explorada. Por isso, a nossa luta é uma luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil,” ressaltou. Joãozinho, que já participou de outras edições, não pôde comparecer ao evento desta sexta e enviou a esposa como representante.

Da Redação Vermelho/Maranhão