Ministro engrossa coro em defesa de Lula  

Nesta quarta-feira (12), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, se uniu às várias autoridades que rechaçaram as acusações do ex-publicitário Marcos Valério ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), saíram em defesa do ex-presidente Lula.

Segundo Carvalho, as declarações, publicadas ontem (11) no jornal O Estado de S. Paulo são “falácias” de uma pessoa que tenta, de forma desesperada, reduzir sua pena. “Fui chefe de gabinete do presidente Lula por oito anos. Sei quem entrou e quem deixou de entrar naquele gabinete. Esse senhor nunca pisou naquele gabinete. O presidente Lula nunca se avistou com esse senhor”, disse Carvalho após café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

O ministro, que é amigo pessoal do ex-presidente e foi seu chefe de gabinete durante dois governos, classificou o episódio como parte de uma campanha para “tentar fazer uma separação entre o presidente Lula e o povo brasileiro”.

O ministro disse que as declarações de Valério não atingem Lula. “Não estamos preocupados porque o ex-presidente Lula não tem nenhuma participação e sequer conhecimento da maioria desses fatos que são agora arrolados.”

O presidente do Senado, José Sarney, disse por sua vez que Lula é um “patrimônio” do país e que não acredita nas declarações de Marcos Valério. “Se ela (declaração de Marcos Valério) existiu, é uma profunda inverdade porque, na realidade, o senhor que disse não tem autoridade para falar sobre o presidente Lula, que é um patrimônio do país, da história do país, por toda sua vida, por tudo que ele tem feito”, afirmou.

Opinião desequilibrada

O deputado Marco Maia disse que a declaração de Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é “desequilibrada” e se configura como uma “tentativa de confundir o processo”. “Não é uma opinião equilibrada nem uma opinião que mereça confiabilidade vinda da forma como veio, no momento que ela veio”, disse Marco Maia.

Na avaliação do presidente da Câmara, informações desta natureza certamente não ficariam escondidas num processo de investigação “tão árduo, tão duro, tão profundo” como foi feito, até, na CPMI dos Correios no Congresso, no primeiro mandato de Lula.

Para Marco Maia, a declaração de Valério não deve ser objeto de investigação. “Acho que deve ser mandada para o arquivo”, afirmou. Maia também descartou a necessidade de o publicitário dar explicações ao Congresso.

“Dar ouvidos a esse cidadão, agora, neste momento, seria dar ouvidos a um criminoso”, disse Marco Maia. “Não acho isso razoável e acho que é um exagero esse tipo de comportamento aqui dentro da Casa pela oposição”, criticou.

Da Redação em Brasília
Com agências