Estudantes fazem greve em universidade de Moscou contra reforma

Estudantes e professores da Universidade Estatal de Comércio e Economia, situada em Moscou, ratificaram nesta quinta-feira (20) uma greve por tempo indefinido, na espera de uma decisão governamental sobre o futuro da instituição.

O centro de altos estudos figura na denominada lista de entidades educacionais "ineficientes" elaborada pelo Ministério de Educação, dentro da nova concepção de reforma do setor, impugnada pela bancada do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), na Duma.

Albert Zaripov, membro do conselho estudantil, declarou ao portal Serviço Russo de Notícias que a cada minuto mais simpatizantes se somam ao protesto, que teve início na terça-feira à noite.

"As autoridades não deram nenhuma informação a esse respeito, nem data concreta. Nós, estudantes, decidimos protestar até que decisões concretas sejam adotadas", advertiu.

O reitor da universidade, Serguei Baburin, indicou que pediu ao presidente Vladimir Putin, em uma carta, que se envolva na situação em torno da lista de "institutos ineficientes", do Ministério correspondente.

Baburin denunciou flagrantes distorções durante a execução das inspeções às instituições selecionadas e qualificou de falsos os parâmetros atribuídos à universidade, os quais conduziram a conclusões errôneas da comissão multidisciplinar, apontou.

Agregou que, com isso, foram causados graves danos à reputação da instituição, que em 2014 cumprirá 210 anos de fundação.

Depois da vigília de ontem, um grupo de funcionários do governo se reuniu com os estudantes e prometeu revisar o controvertido ranking, que recebeu a crítica de numerosos setores da sociedade russa, que percebem uma mercantilização da educação e a elitização de seu acesso.

Alunos e professores rechaçam a ideia de que a universidade perca sua imagem pública e passe a integrar outro centro de estudo.

Durante um comício realizado no último sábado em defesa da educação pública, o vice-presidente do PCFR e deputado, Ivan Melnikov, afirmou que com o programa de fechamento de institutos, o Governo "mira um duro golpe no setor", um dos baluartes sociais herdados da extinta União Soviética.

Criticou os critérios empregados para qualificar a eficácia dos centros superiores e denunciou que se em 2011 foram fechados dois ou três institutos na Rússia, a cifra chegará agora a 136, incluídos 20 em Moscou.

Melnikov recordou que o PCFR submeteu ao voto popular seu projeto de educação para todos" e obteve um amplo apoio da população, no entanto, na Duma, o governante partido Rússia Unida, com maioria parlamentar, impôs sua proposta de lei, argumentou.

O executivo planeja uma redução em três anos de 20 por cento da quantidade de instituições superiores no país.

Fonte: Prensa Latina