Carinho e respeito aos nossos idosos

Somos hoje 21 milhões de idosos. Em quinze anos seremos a quinta ou sexta população em número de idosos no mundo. Nosso país é experiente o suficiente, se considerarmos estudos e debates sobre as necessidades dos idosos, mas há uma evidente imaturidade na aplicação das políticas e na implementação de conquistas como o Estatuto do Idoso, do qual tenho a honra de ser o autor.

Por Paulo Paim

Idosos

Avançamos muito com a criação do Estatuto, mas ainda precisamos acordar para que essa crescente parcela da população se torne prioridade nas políticas públicas e no orçamento. A população está aos poucos se apropriando desse valioso instrumento, mas não basta. A sociedade e o governo, em todas as esferas, precisam olhar o processo de envelhecimento como questão de direitos humanos. O Rio Grande do Sul lidera o ranking da população acima dos 65 anos, 9,3% são idosos. O Brasil precisa de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos dos idosos. Precisamos atender a determinação da Organização Mundial da Saúde.

Sempre afirmo que é preciso que nossas crianças e jovens sejam ensinados a respeitar seus pais e seus avós, pois um dia chegarão lá. Todos nos tornaremos idosos, mesmo sem consciência real disso. É necessário prevenção e preparo para a velhice, pois as mudanças virão e é preciso aceitá-las. Nossos idosos precisam viver próximos à família e ter relações sociais positivas e consistentes. Precisam ter, o máximo possível, acesso à saúde física, mental, psicológica e espiritual. Ter acesso à previdência e assistência. Precisam de boas condições de nutrição, segurança e autonomia para concretizar os seus sonhos, pois idosos também sonham. Precisam se divertir e receber muito carinho e respeito. Um país que respeita seus idosos é um país que respeita a vida e os direitos humanos na sua interpretação mais pura. Só teremos qualidade de vida para todos os idosos do nosso país se começarmos pela base: a educação e por políticas públicas sérias em benefício da pessoa idosa. Sabemos o que é preciso fazer e temos os melhores instrumentos, como o Estatuto do Idoso. Temos os mais qualificados profissionais do mundo nessa área. Agora é mãos à obra.

(*)Senador pelo PT/RS.

Fonte: Sul21