Banco Mundial reduz estimativa para PIB global

As batalhas orçamentárias nos Estados Unidos estão restringindo o crescimento ao redor do mundo e significam um risco maior para a economia mundial do que um agravamento da crise na zona do euro, disse nesta terça-feira (15) o Banco Mundial.

Em novas previsões econômicas, o banco informou que espera que a economia mundial cresça 2,4% neste ano, pouco acima do ritmo de 2012. A nova previsão para 2013 é inferior ao crescimento de 3% projetado pela instituição em junho.

Os EUA podem entrar em recessão se houver cortes orçamentários, como previsto, a partir do início de março. A desaceleração na zona do euro (contração de 0,1% prevista para 2013), por sua vez, deve prosseguir ao longo deste ano. E os países em desenvolvimento, avalia o Banco Mundial, estão crescendo a algumas das menores taxas da última década. A economia chinesa deve crescer 8,4% em 2013. "É um ano arriscado", disse o economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu.

Uma divisão persiste na maioria dos países: a confiança dos investidores está se recuperando, impulsionada pelos poderosos estímulos monetários e pela diminuição dos temores relacionados à possibilidade de deterioração da situação na zona do euro; ainda assim, os fundamentos econômicos permanecem letárgicos. "Os mercados financeiros estão mais calmos, mas não há uma recuperação do crescimento", disse Baidu. "É possível manter os mercados calmos por um ou dois anos. Mas, se não houver crescimento real, poderemos ter uma nova rodada de riscos financeiros chegando."

O banco prevê uma expansão de 1,9% para a economia americana em 2013. Em um cenário alternativo, porém, considera a possibilidade de "paralisia fiscal", caso o país implemente amplos cortes de gastos a partir de março e o Congresso autorize apenas um aumento do teto do endividamento para o curto prazo. Neste cenário, a economia americana poderia encolher 0,4%, desencadeando uma retração mais pronunciada para a Europa neste ano e reduzindo a perspectiva de crescimento global em 1,4 ponto percentual. Em outro cenário, de agravamento da crise do euro, o crescimento mundial seria afetado em 1,3 ponto percentual.

Fonte: Valor Econômico