Irã mantém agenda de diálogos sobre programa nuclear

O diretor adjunto da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), órgão associado à ONU, chegou ao Irã nesta quarta-feira (16) para mais uma visita de inspeção do programa nuclear persa. Segundo a rede iraniana Hispan-TV, Herman Nackaerts e sua equipe têm na agenda uma reunião com os representantes diplomáticos iranianos, para a 8ª Rodada de Diálogos Técnicos sobre a situação nuclear do país.

Desde o início dos debates sobre o programa iraniano, o país afirma que seus objetivos centram-se apenas no desenvolvimento de tecnologia nuclear para fins civis e pacíficos, como para pesquisas médicas. Apesar disso, os Estados Unidos lideram um grupo de países (inclusive Israel, na vizinhança persa) que diz suspeitar de que o programa esconda o desenvolvimento de armas nucleares.

Segundo a BBC, entre 2006 e 2010, a ONU ratificou quatro rodadas de sanções contra o Irã, enquanto a União Europeia (UE) definiu uma série de embargos próprios, até 2012, que incluem a proibição da exportação de materiais de alta tecnologia para o tratamento do gás natural e a proibição da importação de petróleo cru iraniano, atividades centrais para a economia persa. Por outro lado, países como Rússia, China, Turquia e Índia têm se demonstrado contrários à aplicação de sanções, o que reduz a possibilidade de que uma nova rodada seja ratificada pela ONU.

O presidente iraniano Mahmood Ahmadinejad tem mantido a retórica sobre o direito de seu país, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), de dedicar-se a pesquisas nucleares para fins civis e pacíficos. Apesar disso, segundo a Reuters, a prioridade da AIEA é uma visita à base militar de Parchin, a sudoeste de Teerã, onde a agência suspeita de que tenham sido conduzidos testes explosivos relevantes para pesquisas dedicadas à produção de armas nucleares, suposições que o governo iraniano rejeita.

Também está prevista para o final de janeiro mais uma rodada de negociações entre Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França, os membros do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha). Em 2010, Brasil e Turquia já haviam feito propostas concretas para as negociações, num esforço pela resolução diplomática da situação. Ainda naquele ano, um acordo prático chegou a ser assinado com o Irã, mas recusado pelo grupo liderado pelos EUA, enquanto Israel continua anunciando-se capaz de atacar o país caso o governo não detenha o seu programa nuclear.

Com agências