Procuradoria investiga suspeita de improbidade na Alesp

A Procuradoria-Geral de Justiça abriu ontem investigação sobre a troca da frota de carros da Assembleia Legislativa de São Pau­lo. Há suspeita de prática de atos de improbidade administrativa envolvendo a Mesa Diretora e di­recionamento de licitação para aquisição de 150 veículos zero quilômetro para uso de deputa­dos e funcionários da Casa ao preço global de R$ 11 milhões.

Por meio da portaria 01/2013, de três páginas, Márcio Fernan­do Elias Rosa, chefe do Ministé­rio Público Estadual, instaurou procedimento preparatório de inquérito civil para apurar de­núncia de que as especificações técnicas do edital 1/2013, publi­cado dia 11 pelo Legislativo no Diário Oficial do Estado, são dis­criminatórias e afrontam a Lei de Licitações.

Elias Rosa mandou oficiar à presidência da Assembleia so­bre a instauração da investigação. Ele solicitou informações sobre o negócio e cópia integral do procedimento administrati­vo instaurado – processo n.° 1843/2012 – para compra dos veí­culos novos. Apenas duas mar­cas de carro, o Corolla, da Toyo­ta, e o Citroen Pallas, atendem as especificações do edital.

O procurador-geral alerta que cabe ao Ministério Público a função institucional de defesa do pa­trimônio público e social. No ca­so da Assembleia, o chefe do Mi­nistério Público tem atribuição para a propositura de eventual ação de improbidade, segundo dispõe o artigo 116 da Lei Com­plementar Estadual 734/93 (Lei Orgânica da instituição).

Elias Rosa pondera que os fa­tos noticiados "carecem de escla­recimentos e de elementos de prova que possam embasar as medidas legalmente cabíveis, exigindo, portanto, a realização de providências preparatórias para esta finalidade".

Os 150 carros novos deverão custar R$ 11 milhões. A frota atual, avaliada por um perito em R$ 4,7 milhões, será usada como parte do pagamento, o que faria a Assembleia desembolsar R$ 6,3 milhões com a renovação.

Fonte: O Estado de S. Paulo