Altamiro Borges: Bancos e teles lideram em picaretagem

O Procon de São Paulo divulgou ontem um balanço dos atendimentos realizados no ano passado. O setor bancário e o das telecomunicações (telefonia fixa e móvel, acesso à internet e TV por assinatura) foram os líderes nas reclamações dos consumidores.

Por Altamiro Borges*, em seu blog

Controlados na sua ampla maioria por empresas privadas, tão paparicadas pelos adoradores do “deus-mercado”, eles despontam nas seis primeiras colocações das picaretagens contra os clientes – conforme demonstra a tabela abaixo:

Atendimentos do Procon-SP em 2012

1º – Banco comercial: 35.012

2º – Telefonia celular: 28.332

3º – Telefonia fixa: 27.519

4º – Cartão de crédito: 25.111

5º – Telefone (convencional, celular, interfone etc.): 18.253

6º – Financeira: 14.864

7º – Móveis: 14.250

8º – Plano de saúde: 13.491

9º – Microcomputador / Produtos de informática: 12.560

10º – TV por assinatura (cabo, satélite etc.): 10.767

O grupo Itaú/Unibanco foi o que mais recebeu reclamações (10.306); em segundo ficou Vivo/Telefônica (9.683); em terceiro, o grupo Claro (7.403). Entre os problemas mais comuns nos bancos estão a cobrança de valores não reconhecidos em faturas de cartões de crédito e conta corrente e a cobrança de tarifas, especialmente as relacionadas a financiamento de veículos. Já contra as teles, os clientes reclamam do não cumprimento dos pacotes ofertados, falhas do serviço e dificuldade de cancelamento dos contratos.

A mídia hegemônica, que adora criticar as irregularidades no setor público – o que é justo, mas confirma o seu viés privatista –, até que poderia produzir reportagens mais aprofundadas sobre as picaretagens destas empresas privadas. O problema é que os bancos e as teles garantem as fortunas em anúncios publicitários nos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão! Não dá para falar mal de quem garante os lucros dos barões da mídia e os altos salários de alguns “calunistas”!

* Altamiro Borges é jornalista, secretário de Questão da Mídia do PCdoB e presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé.