Walter Takemoto: O país das tragédias anunciadas

Morreram 231 jovens no incêndio da Boate Kiss em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Morreram 151 pessoas nas enchentes de 2008 em Santa Catarina, que até hoje tem desabrigados.

Morreram 47 pessoas em decorrência do deslizamento de terras no Morro do Bumba em 2010, uma montanha de lixo transformada em área residencial.

Morreram mais de 900 pessoas nas enchentes e deslizamentos de terras que destruíram cidades da região serrana do Rio de Janeiro no ano de 2011.

Morreram 111 presos em 1992 no presídio do Carandiru, assassinados a tiros por policiais militares da tropa de choque do Governo de São Paulo.

Morreram 6 adolescentes e 2 adultos assassinados por policiais em 1993 quando dormiam em frente a Igreja da Candelária.

Morreram 19 trabalhadores rurais sem-terra assassinados por policiais militares do Governo do Estado do Pará em Eldorado dos Carajás em 1996.

Morreram assassinados no Brasil nas três últimas décadas, segundo a Comissão Pastoral da Terra da Igreja Católica, mais de 1.600 dirigentes, militantes e apoiadores das lutas dos trabalhadores rurais, e quase ninguém foi preso por esses crimes.

Morreram assassinados em 2011, segundo o Grupo Gay da Bahia, 266 gays, travestis e lésbicas, e o Brasil é o país do mundo em que mais acontecem crimes homofóbicos.

Morrem assassinadas no Brasil todos os anos por volta de 2.500 mulheres, segundo a União de Mulheres de São Paulo, vitimadas por seus companheiros.

Morreram 155 pessoas no mês de outubro de 2011, na Grande São Paulo, assassinadas em chacinas praticadas em grande parte por policiais.

O que nos choca mesmo? Não é preciso escrever mais nada, assim me parece.