Em alta temporada Santa Catarina enfrenta nova onda de ataques

Na época do ano em que mais recebe turistas, Santa Catarina enfrenta uma nova onda de ataques contra instalações da segurança pública e veículos de transporte coletivo, a exemplo do que ocorreu em novembro de 2012. A Polícia Militar registrou 14 ataques até ontem entre 22h de quarta-feira (30) e 20h de sexta-feira (1º), em seis cidades: Florianópolis (7), Balneário Camboriú (1), Camboriú (1), Gaspar (2), Palhoça (1) e Itajaí (2).

O governo reconhece que há relação com os ataques de 2012 -foram 78 à época- e que a ordem para os atentados partiu de facções criminosas e de dentro de cadeias.

"Estamos atentos a esses grupos e preparados para um combate efetivo", disse o secretário da Segurança Pública, Cesar Grubba.

Um dos grupos é o Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que teria sido organizado em 2003 na penitenciária de São Pedro de Alcântara (a 30 km da capital). A sigla do grupo foi escrita com tijolo no local de um dos ataques.

Em Florianópolis, onde duas bases da PM foram atacadas, o caso mais grave ocorreu na quinta (31). Um ônibus foi incendiado e o único passageiro, de 19 anos, sofreu queimaduras e foi internado em UTI. Ele não corria risco de morrer.

Os atentados, segundo o governo, também podem ser uma reação à transferência do traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, que deixou São Pedro de Alcântara rumo a Criciúma, no sul do Estado, há 15 dias.

Oliveira é suspeito de liderar o PGC. Uma voz atribuída a ele em ligação interceptada em novembro determinava o início dos ataques da época.

O advogado dele, Francisco Ferreira, negou envolvimento de seu cliente. "O Rodrigo me disse hoje [ontem] que está se sentindo melhor, que a transferência foi benéfica porque está longe de pessoas com quem não queria estar."

Santa Catarina mantém 17,2 mil presos em 49 prisões. O governo informa dispor de três bloqueadores de celulares, mas não precisou em quais unidades.

Fonte: Folha de S. Paulo