Estudantes da USP lançam petição para pressionar poder público

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo (DCE Livre da USP) lançou um abaixo-assinado para pressionar que o poder público estadual retire imediatamente a denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público Estadual contra 72 estudantes presos durante a reintegração de posse do prédio da Reitoria da universidade, em novembro de 2011.

Até o fechamento da matéria, mais de 4.400 pessoas já haviam assinado a petição online, que pode ser acessada aqui. Inicialmente, a intenção era chegar a 3 mil assinaturas. Agora, eles esperam chegar a 5 mil adesões. Divulgue!

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Em solidaridade, muitos movimentos sociais e estudantis devem se reunir na univesidade com o DCE Livre para articular mobilizações para pressionar pela anulação do processo criminal, ainda em fevereiro, logo após o feriado de Carnaval.

Na denúncia apresentada na segunda-feira (4), a promotora Eliana Passarelli formalizou uma acusação criminal por danos ao patrimônio público, fabricação de explosivo, formação de quadrilha e desobediência à ordem judicial.

Na terça (5), o DCE Livre da USP divulgou um comunicado alertando sobre a intenção de criminalizar o movimento estudantil e movimentos sociais como um todo.

Os estudantes lembram, ainda, que um dos principais problemas enfrentados é o autoritarismo da gestão do atual reitor João Grandino Rodas, que estabeleceu um convênio com a polícia militar para a vigilância do campus Butantã, em setembro de 2011, sem consultar a comunidade acadêmica local. De acordo com os universitários, o mesmo não trouxe soluções para a insegurança dentro da Cidade Universitária.

Histórico

O início do conflito entre estudantes e policiais aconteceu no final de outubro de 2011, quando policiais tentaram deter três estudantes que fumavam maconha dentro do campus universitário. A ação indignou centenas de estudantes que iniciaram uma ocupação na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), para protestar contra o convênio e a constante presença da Polícia na universidade. Depois de desocuparem a FFLCH, houve resistência de um grupo que decidiu ocupar o prédio da reitoria no dia 2 de novembro, dando continuidade ao protesto contra a permanência da polícia na USP. Semanas depois, a Tropa de Choque da PM cumpriu decisão judicial de reintegração de posse do prédio em uma ação violenta que resultou na detenção dos 72 estudantes (entre eles alguns funcionários da USP), que atualmente estão sendo processados.

Da redação do Vermelho com agências