Metade das cidades chinesas sofre com águas de má qualidade

Segundo informações divulgadas em prmeira mão pela mídia chinesa, existe desde há três anos uma cavidade para aterro de lixo a apenas 6 quilômetros de distância do Reservatório Miyun, a principal fonte de águas para uso civil dos moradores em Pequim, capital do país.

A lixeira, que ocupa mais de 3 mil metros quadrados, constitui, sem dúvida, um grande risco que ameaça a qualidade das águas subterrâneas nas suas proximidades. A notícia gerou forte preocupação entre a opinião pública chinesa. A CRI entrevistou o porta-voz do distrito de Miyun para conhecer melhor o problema.

"Já ordenamos remover do local todo o lixo para tratamento. O trabalho deve estar terminado até ao meio-dia desta segunda-feira. Pedimos também ao Centro de Exames do Ambiente e Águas de Pequim para testar as águas no reservatório, e o resultado mostra que a qualidade da água é segura para uso civil. Nós vamos intensificar a supervisão ao tratamento do lixo em todo o distrito, um trabalho para ser desenvolvido a longo prazo."

Conforme um relatório divulgado em 2011 pelas autoridades chinesas de proteção ambiental, 55% das cidades chinesas sofrem com águas subterrâneas de má qualidade. Quanto a isso, o professor Xie Xinmin, do Instituto de Pesquisa sobre Recursos Hídricos da China, prefere desdramatizar.

"Os métodos de avaliação que adotamos são bastante rígidos. Caso o índice não atinja o limite mínimo do critério, a qualidade da água testada é considerada baixa. Mas por exemplo, a bactéria E. coli pode ser eliminada ao ferver a água. Quer dizer, ela não exerce grande influência na segurança da água potável. Por outro lado, temos um pequeno número de postos para amostragem e teste das águas subterrâneas devido ao alto custo do trabalho. Por isso, o resultado tirado de um posto pode representar uma vasta área de águas. Assim, a conclusão que tiramos no final pode parecer mais grave do que a situação real."

Ainda assim, Xie Xinmin admitiu que o país vive agora uma realidade da deterioração da qualidade das águas subterrâneas. Para ele, a falta de transparência das entidades responsáveis, constitui um outro fator importante para a carência de supervisão oficial no sector.

"As autoridades de proteção ambiental são responsáveis pelo tratamento da poluição, e os departamentos de recursos hídricos, pela protecção e exploração dos recursos. Assim, casos de poluição que surjam no processo de exploração caem num dilema, sem que qualquer órgão assuma a responsabilidade."

Para Xie Xinmin, o aperfeiçoamento da lei e dos regulamentos é urgente de modo a encontrar uma solução.

Fonte: Rádio Internacional da China