"Vamos fortalecer nossa unidade", diz presidente da Contag

Foi aberto oficialmente, na noite desta segunda-feira (4), o 11º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Coube ao presidente da entidade, Alberto Broch, iniciar e encerrar os trabalhos, no amplo auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Em sua fala, o dirigente sindical ressaltou a necessidade de ampliar e fortalecer a unidade do sindicalismo rural, como meio para se obter mais avanços para o campo.

Com o tema “Fortalecendo o Movimento Sindical para melhorar a qualidade de vida no campo”, o 11º Congresso tem como propósito refletir sobre a conjuntura de vida e trabalho da categoria, bem como se constitui em um espaço formativo, avaliativo e propositivo, apontando novos rumos para fortalecer a luta da classe trabalhadora rural.

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“Durante este Congresso, temos a necessidade de ampliar e fortalecer nossa unidade”, afirmou Broch, para em seguida referir-se ao papel desempenhado pela CTB e a CUT dentro da Contag. O presidente da entidade destacou também a democracia que existe no sindicalismo rural brasileiro, relembrando que foram realizadas plenárias em mais de 4 mil cidades, com vistas ao 11º Congresso.

O presidente da CTB, Wagner Gomes, também destacou a importância da Contag fortalecer sua unidade interna neste Congresso, como forma de ampliar sua influência política e seu protagonismo. O dirigente definiu a Contag como “a maior entidade de trabalhadores rurais do mundo” e chamou os milhares de participantes do 11º Congresso a se juntarem às centrais sindicais na próxima quarta-feira, por conta da 7ª Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, que percorrerá as ruas de Brasília com uma pauta de reivindicações a ser entregue ao governo federal.

“Ganhamos o governo por três ocasiões, com Lula e Dilma, mas não temos o poder”, sustentou Wagner Gomes, lembrando que o tema da reforma agrária faz parte da pauta que será apresentada pelas centrais sindicais à presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira.

Críticas ao governo

A presença de dois ministros da cerimônia de abertura do Congresso não serviu para que as críticas ao governo federal fossem deixadas de lado. Alexandre Conceição, dirigente do MST, cobrou a ampliação da reforma agrária – reivindicação repetida por outros participantes do ato político.

Por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, fez um balanço positivo dos dez anos de governos progressistas no país. Após listar uma série de feitos, fez uma autocrítica. “Nós queremos mais. E, com o apoio da Contag, conquistaremos mais”, afirmou, para em seguida qualificar a Contag como exemplo para a atual e para as próximas gerações de trabalhadores rurais.

Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Casa Civil, seguiu na mesma linha de seu colega, afirmando que a Contag é uma referência no movimento sindical do país. Sua postura diante do governo mereceu destaque especial: “Os dirigentes da Contag nunca se dirigiram ao Palácio do Planalto para lamber bota de ninguém, mas sim para cobrar e lutar. Mas também tiveram a compreensão do papel deste governo, nos apoiando quando foi necessário”, disse.

Para Broch, o modelo agrário histórico do Brasil (e, de certa forma, mantido pelo atual governo) é bastante injusto. Diante desse cenário, o dirigente entende que a Contag deve continuar com a postura autônoma e independente reconhecida por Gilberto Carvalho. “Precisamos de decisões políticas. A Contag quer participar desse processo e tem propostas para ajudar”, afirmou.

Programação

O 11º Congresso da Contag continua até a próxima sexta-feira, quando a nova diretoria tomará posse para o período 2013-2017. Até lá, os delegados e as delegadas participantes irão debater os rumos e prioridades de luta da entidade.

Fonte: Portal da CTB