Cardeal argentino Jorge Bergoglio é eleito papa

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito papa nesta quarta-feira (13), no segundo dia de conclave e na quinta votação entre os cardeais. Ele se apresentou na Praça São Pedro e foi recebido por uma multidão que gritava eufórica.

Bergoglio escolheu o nome Francesco para ser papa. Arcebispo da Arquidiocese de Buenos Aires, ele será o primeiro pontífice originário da América Latina.

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A fumaça branca da chaminé da Capela Sistina foi expelida às 19h06 locais, 15h06 no horário de Brasília.

Será o sucessor do papa emérito Bento XVI, cujo pontificado terminou no último dia 28 de fevereiro. Joseph Ratzinger havia anunciado no início do mês sua renúncia, alegando poucas condições de saúde para cumprir com os compromissos que a função exige.

Conservador

Bergoglio é um teólogo conservador que se distanciou do movimento da Teologia da Libertação da América Latina.

Em 2004, um advogado e ativista dos direitos humanos, Marcelo Parrilli, apresentou uma queixa contra o cardeal – sem apresentar provas – acusando-o de ter conspirado com a junta militar em 1976 para permitir o rapto de dois padres jesuítas, Orlando Virgilio Yorio e Francisco Jalics, a quem ele, como superior da Companhia de Jesus da Argentina, tinha ordenado que deixassem de fazer o seu trabalho pastoral, por entrar em conflito com a ditadura militar. Um porta-voz do Bergoglio disse que as acusações eram mentirosas.

Ato da extrema-direita

Uma informação divulgada pelo jornal paulistano Folha de S. Paulo dizia que Bergoglio teria participado, com uma mensagem, de um ato da extrema-direita argentina em 2004.

“Com direito a execução do hino nacional, exibição de fotos de militares mortos pela guerrilha e até a leitura de uma mensagem do chefe da Igreja Católica no país, cardeal Jorge Bergoglio, um ato da extrema-direita argentina defendeu as ações da ditadura militar e provocou reações raivosas do governo e de entidades de direitos humanos", dizia o jornal.

Bergoglio opõe-se ao aborto e à eutanásia, mantém a posição da igreja relativamente à homossexualidade e condenou fortemente a legislação para permitir o casamento homossexual na Argentina, introduzida em 2010, mas sublinha a importância de respeitar as escolhas individuais.

Com agências