Audiência nesta terça discute genocídio da juventude negra em SP

Nesta terça-feira (19) será realizada, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), uma Audiência Pública convocada pelo Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, Pobre e Periférica para cobrar respostas do Governo do Estado. São aguardadas as presenças do secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira; e dos comandos das Policias Civil, Luiz Maurício Blazeck; e Científica, Paulo Argarate Vasques; e Militar, Benedito Roberta Meira.

Também devem comparecer representantes das corregedorias da Policias Civil (Nestor Sampaio Penteado Filho) e Militar (Rui Conegundes de Souza), Ouvidoria da Polícia (Luiz Gonzaga Dantas) e Secretaria de Justiça (Eloisa de Sousa Arruda).

A realização desta Audiência Pública é resultado da ocupação da Secretaria Estadual de Justiça feita pelo Comitê no dia 22 de novembro de 2012, quando foi entregue documento reivindicando uma série de pontos sobre segurança pública que o estado vivia naquele momento.

Durante a audiência deverão ser apresentados os dados e casos levantados pelo Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, Pobre e Periférica, além de questões mais gerais sobre a política de segurança pública de São Paulo como: A política de encarceramento em massa, os procedimentos feitos em hospitais que recebem feridos em confronto com as polícias, indenização e apoio a familiares e vítimas fatais ou não, a apuração do funcionamento de grupos de extermínio dentro das polícias, elucidações das chacinas e mortes e punição aos possíveis policiais envolvidos, criação de comissão mista para desenvolver propostas para a redução da letalidade, o acesso a informação e produção de dados sobre violência policial no estado, a garantia de segurança para a denúncia em casos de violência policial, autonomia do IML, independência e fortalecimento da Ouvidoria da Polícia.

Serviço:
Audiência Pública com a SSP e demais secretarias do governo estadual sobre o genocídio da juventude negra
19 de março /17h30 às 21:30h
Local: Faculdade de Direito da USP no Largo são Francisco, 95, Metrô Anhangabaú. Contatos:

Resistência pacífica

O assunto sumiu da mídia, mas os fantasmas do genocídio do povo pobre das periferias iniciado no ano passado ainda reflete em 2013. A violência física que vitimou cerca de 2 mil pessoas na grande São Paulo em 2012 é o ápice de uma violência que se repete diariamente, na falta de escolas de postos de saúde de qualidade, ausência de moradia digna e transporte eficiente.

Neste ano, o movimento contra o genocídio da juventude negra continua. "Estamos entrevistando moradores de bairros periféricos para traçar um panorama fiel do que está acontecendo. Se existe uma guerra, deve haver uma resistência. E nossa resistência é pacífica, mas não pode ser silenciosa. Somos 8,5 milhões de moradores nas quebradas paulistanas!", diz um informativo do comitê.

imagem: Comitê da Juventude Preta, Pobre e Periférica divulgação

Fonte: Blog Periferia em Movimento