Renato Rabelo: A popularidade de Dilma e o desespero da direita 

“Significado simbólico e que desagrada a oposição.” Foi como resumiu Renato Rabelo, durante reflexão no programa Palavra do Presidente, ao falar sobre a contínua aprovação do governo da presidenta Dilma Rousseff, publicada nesta terça-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo 

Ele comemorou os resultados e destacou que essa pesquisa só demonstra o que pensa a população em relação ao modo de governar deste grupo, que iniciou uma nova forma de governar em 2003, quando elegemos, pela primeira vez na história, um metalúrgico, um representante dos trabalhadores.

“Dilma estava neste grupo e começou seu trabalho, pelo Brasil, já no governo Lula e com sua vitória, em 2010, deu não só continuidade como aprofundou muitas questões”, defendeu.

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Além disso, a correlação de forças, que está na base desse governo, e a popularidade da presidenta tem desagradado, em muito, o bloco de oposição que se une em uma ampla campanha contra as medidas do governo e se arvora com um único objetivo: desgastar a imagem de Dilma, frear as mudanças conquistadas pelos setores progressistas, enfraquecer o base do governo e assim atingir a governabilidade.

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O presidente do PCdoB esclareceu que esse grupo que está aí, e que há 10 anos reformula o modo de governar, não herdou nada. Ao contrário, buscou ouvir a população e construir o melhor caminho para um novo Brasil.

“O resultado positivo é fruto de uma política que, no nosso entendimento, age de maneira progressiva ao atender as reivindicações nacionais e do povo. A contínua aprovação da presidenta não é fruto do acaso, é resultado de um trabalho comprometido, que sempre pensou a partir das necessidades o povo, da nação. Observe os resultados da pesquisa, por exemplo, no Nordeste, povo que, historicamente, foi deixado de lado, que sofreu com formas de governo arcaicas”, explicou.

Renato cita, como exemplo, duas questões que atingem o povo de maneira geral e refletem na avaliação da presidente: a valorização do salário mínimo, instituída ainda no governo Lula; e o cenário próximo do pleno emprego. “Somente esses dois pontos são suficientes para explicar a aprovação da presidenta, porque, historicamente, nunca se chegou a estes patamares. E se você garante o emprego e sua valorização, você garante consumo, que garante economia aquecida e crescimento do mercado interno. Mesmo lembrando que o crescimento e as taxas de investimento ainda não estejam em patamares satisfatórios”, equacionou Renato.

Tripé nocivo

Sobre a discussão em relação à política macroeconômica, o dirigente comunista salientou que esse ainda é o nosso maior desafio. Segundo ele, a presidenta tem adotado medidas que redirecionam esse cenário.

“Dilma rompe a ortodoxia das gestões anteriores, que se baseava nos juros altos – cenário que estimula a especulação e drena os recursos que poderiam ir para a produção –, câmbio sobrevalorizado – real mais caro que o dólar, o que inviabiliza nossas exportações –, e a questão da austeridade fiscal – ou seja, superávit primário muito elevado para garantir o pagamento dos juros”, rememora Renato.

Sem investimento não haverá desenvolvimento

Renato Rabelo também falou da luta travada pelo PCdoB e reafirmou: “Não haverá desenvolvimento sem investimento. E para que haja investimento, é preciso que tenhamos juros baixos e um câmbio favorável. Esse raciocínio é fundamental para que para incentivar o investimento e colocar o país em um novo patamar”.

Para o dirigente comunista, o câmbio é um ponto-chave para avançar no desenvolvimento, “reconhecemos os esforços, mas é preciso ir mais além”. “De fato falamos de um governo que tem enfrentado a crise financeira, fabricada pelo imperialismo, com prudência e sem perder de vista o avanço do país. Porém, os setores organizados estão atentos e prontos para ajudar a presidenta a construir um cenário para uma nova arrancada.”

Ouça o programa Palavra do Presidente na íntegra: