Presidente da Câmara promete resolver impasse na CDH até terça

O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), prometeu resolver até a próxima terça-feira (26) o impasse sobre a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos. “Posso assegurar que esta casa vai tomar uma decisão a curtíssimo prazo porque a Comissão de Direitos Humanos, pela sua importância, não pode ficar neste impasse. Agora, passou a ser também responsabilidade do presidente da Câmara dos Deputados”, disse.

O pastor, que vem sendo criticado por ter feito declarações ofensivas aos homossexuais e aos negros em redes sociais, foi alvo de protesto em diversas cidades. Em Salvador, artistas, estudantes entre outros movimentos ligados a grupos negros e homossexuais realizaram, no último sábado (16), uma passeata da Praça do Campo Grande à Praça Castro Alves.

Quem manifestou apoio ao movimento foi a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) que, nesta quarta-feira, utilizou a sua conta no microblog Twitter para criticar o novo presidente. “Sou da Coordenação da frente de Direitos Humanos. Renovamos os compromissos quebrados, por um obtuso e abjeto que preside a comissão DH”, disse a comunista baiana, referindo-se, indiretamente, ao deputado.

Na última quarta-feira (20), quando uma manifestação contrária a permanência do pastor na presidência da Comissão impediu a realização da reunião do colegiado, o líder do PSC na Câmara, deputado André Moura (SE), cogitou a possibilidade de Feliciano renunciar à presidência da Comissão.

Segundo ele, a permanência de Feliciano como presidente criou um clima de radicalização inaceitável. “Esta Casa tem de primar pelo equilíbrio, pela serenidade, pela objetividade, pelo trabalho parlamentar. E do jeito que está tornou-se insustentável", afirmou.

André Moura falou que o partido está preocupado, porque as manifestações, tanto contrárias quanto de apoio ao deputado Feliciano, estão impedindo os trabalhos do colegiado. “Ele está eleito como presidente e só cabe a ele essa decisão. Mas ele se comprometeu a refletir sobre o assunto, e a bancada está confiante de que ele tomará a melhor decisão”, disse Moura após reunião com Feliciano na mesma quarta-feira.

Desde que foi eleito presidente da comissão, Feliciano vem sendo contestado por grupos ligados a movimentos sociais. Deputados contrários às suas posições criaram, nesta quarta-feira, uma Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos.

No início da tarde, manifestantes contrários à permanência de Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos impediram a realização da audiência pública marcada para esta quarta-feira sobre doenças de transtornos mentais.

Da Redação em Brasília
Com agências