Brics anuncia acordo para sistema bancário de desenvolvimento 

O grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegou nesta terça-feira (26) a um acordo para estabelecer um banco de desenvolvimento que faria frente às instituições dominadas pelo Ocidente. A informação é do ministro das Finanças sul-africano Pravin Gordhan, em declaração dada à AFP durante a 5ª Cimeira do Brics na África do Sul, que se estende até esta quarta. 

5ª Cimeira do Brics

“Está feito”, disse Gordhan depois de encontrar-se com os seus homólogos do Brasil, da Rússia, Índia e China. “Tivemos um bom progresso, os líderes anunciarão os detalhes”, ele adicionou, algumas horas antes da cimeira que já se realiza na cidade portuária de Durban.

O banco provavelmente terá como foco o financiamento de infraestruturas, um desafio direto a sete décadas de domínio pelo Banco Mundial.

É a primeira vez, desde a cimeira inaugural do Brics há quatro anos, que os grupos coincidem em demandas retóricas por uma ordem global mais equitativa com passos concretos.

Juntos, os países do Brics somam 25% do PIB mundial e 40% da população do planeta. Os seus líderes dizem que as instituições como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o Conselho de Segurança das Nações Unidas não estão mudando rápido o suficiente para refletir o novo contexto.

Face a demandas políticas divergentes, os negociadores do Brics estiveram sob pressão para chegar a um acordo que prove a relevância do agrupamento. E para alcançar um acordo que enviasse uma mensagem forte aos Estados Unidos e à Europa: a balança de poder atual é insustentável.

Mas um diplomata indiano envolvido nas conversações disse que muitos dos detalhes devem ser deixados para outro dia, o que permitirá aos líderes anunciá-los.

Alexandre Tombini, do Banco Central brasileiro, também emitiu declarações positivas sobre o progresso das negociações, com um acordo que deverá estabelecer linhas de troca de moedas (como o acordo já firmado bilateralmente com a China, nesta terça), e deve valer cerca de 100 bilhões de dólares.

O acordo efetivado é uma resposta aos críticos do agrupamento Brics, que o consideram apenas um espaço de conversa para nações insatisfeitas.

O presidente chinês Xi Jinping sublinhou a importância crescente do grupo fazendo desta em Durban a sua primeira cimeira como o novo chefe de Estado da China.

Em um discurso na Tanzânia, na segunda-feira (25), Xi tinha prometido “a amizade sincera” ao continente, com uma relação que respeite a dignidade e a independência da África.

A troca de moedas abririam também as portas à reserva de moeda estrangeira massivas da China, em cerca de 3,31 trilhões de dólares, a maior do mundo.

Os líderes do Brics também estabelecerão conselhos de negócios e de concertação de políticas que lançará pesquisas sobre como o comércio pode ser mais equitativo, com outros países do Brics exportando mais à China.

Será discutido também um pedido do presidente sírio Bashar Al-Assad pela “intervenção do Brics para parar a violência em seu país e encorajar a abertura de um diálogo que ele deseja iniciar”, disse a conselheira do governo sírio Bouthaina Shaaban, depois de entregar a mensagem ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

Com informações da página oficial do evento.
Tradução da redação do Vermelho