Ciberataque causa lentidão na internet e Vermelho fica fora do ar

Nesta semana, o acesso ao Portal Vermelho tem sido difícil, e em muitos momentos impossível. Desde esta quarta (27), o site ficou fora do ar devido a problemas técnicos na Locaweb, empresa que hospeda o site.

“A redação esteve este tempo em pleno funcionamento na elaboração de notícias e comentários. Estivemos atuando junto à referida empresa para solucionar os problemas o quanto antes”, esclareceu o editor do Vermelho, José Reinaldo Carvalho.

Lentidão na web

A briga entre um grupo que luta contra o avanço do spam e uma empresa holandesa que abriga sites gerou o que especialistas chamaram de o maior ataque cibernético da história da internet, atingindo a estrutura central da rede e ocasionando lentidão na internet em todo o mundo nesta quarta-feira (27).

Serviços como o Netflix estão demorando mais tempo para carregar. Especialistas temem que este ataque possa causar problemas em bancos e serviços de e-mail. Cinco polícias nacionais de combate a crimes cibernéticos estão investigando os ataques.

O grupo Spamhaus é uma organização sem fins lucrativos que tenta ajudar provedores de email a filtrar spams e outros conteúdos indesejados. Atualmente, consegue filtrar cerca de 80% de spam. Para fazer isso, mantém uma lista de bloqueio, uma base de dados de servidores que são usados para enviar lixo eletrônico.

De acordo com o executivo-chefe do grupo, Steve Linford, a escala do ataque desta quarta (27) não tem precedentes. "Estamos sofrendo este ciberataque por ao menos uma semana". "Mas estamos funcionando, não conseguiram nos derrubar. Nosso engenheiros estão fazendo um trabalho imenso em manter-nos de pé. Este tipo de ataque derruba praticamente qualquer coisa".

Linford disse à BBC que o ataque estava sendo investigado por cinco polícias cibernéticas no mundo, mas afirmou que não poderia dar mais detalhes, já que as polícias envolvidas temem ser alvos de ataques também.

Segundo Spamhaus seria o próprio Cyberbunker o responsável dos ataques, em cooperação com "gangues criminosas" do leste da Europa e da Rússia.

Os autores da ofensiva usaram uma tática conhecida como Ataque Distruibuído de Negação de Serviço (DDoS, na sigla em inglês), que inunda o alvo com enormes quantidades de tráfego, em uma tentativa de deixá-lo inacessível. De acordo com Peter Gilmore, arquiteto-chefe da empresa Akamai Networks, o ataque chegou ao tráfego de 300 gigabytes por segundo contra os servidores do Spamhaus.

Linford disse ainda que o poder do ataque é grande o suficiente para derrubar uma estrutura de internet governamental. Os ataques feitos contra bancos são, geralmente, cinco vezes menores.

Não é a primeira vez que o grupo sofre ataques semelhantes, mas como o alvo são os servidores de nomes de domínio (DNS), seus efeitos colaterais afetaram outros serviços na internet no mundo, ao colapsar o tráfico nas redes.

Entenda a briga:

O grupo Spamhaus mantém uma lista de endereços que devem ser bloqueados – uma base de dados de servidores conhecidos por serem usados para fins escusos na internet.

Recentemente, o Spamhaus bloqueou servidores mantidos pelo Cyberbunker, uma empresa holandesa que abriga sites de qualquer natureza, com qualquer conteúdo – à exceção de pornografia ou material relacionado a terrorismo.

Sven Olaf Kamphuis, que diz ser um porta-voz da Cyberbynker, disse em mensagem que o Spamhaus estava abusando de seu poder, e não deveria ser autorizado a decidir "o que acontece e o que não acontece na internet".

Da Redação do Vermelho,
com agências