Coreia Popular vai evacuar trabalhadores de Kaesong

A República Popular Democrática de Coreia (RPDC) anunciou nesta segunda-feira (8) que retirará todos os seus trabalhadores do Complexo Industrial que opera junto com a Coreia do Sul em Kaesong, uma região próxima à fronteira na altura do Paralelo 38.

Da mesma forma procederão as autoridades de Seul, que disseram que retirarão temporariamente todos os seus trabalhadores em Kaesong, o único projeto que as duas partes da conflituosa península coreana compartilham.

Informações de Pionguiangue indicam que a decisão da Coreia Popular consta de uma declaração lida pelo secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, Kim Yang Gon, durante um percurso por essa região onde trabalham 54 mil coreanos da RPDC e estão presentes 120 empresa sul-coreanas.

A RPDC retira todos seus trabalhadores de Kaesong, temporariamente paraliza esse projeto industrial e revisará se o mantém ou o suprime, expressa o comunicado lido por Kim, de acordo com a imprensa.

Segundo essas fontes, Kim disse também que o futuro desse complexo industrial "dependerá do comportamento das autoridades sul-coreanas e da forma como a situação se desenvolverá no futuro".

Da mesma forma, as autoridades de Seul anunciaram que retirarão temporariamente seus trabalhadores, depois de quase uma semana de proibição pela RPDC da entrada de matérias prima e alimentos para os mesmos.

Estas decisões acrescentam mais lenha na fogueira no quente panorama da península, caracterizado nas últimas semanas por contra-medidas de Pionguiangue às sanções contra esse país adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e às manobras conjuntas Estados Unidos e Coreia do Sul.

As medidas da ONU foram uma represália à RPDC, que realizou provas de lançamento de satélites e teste nucleares, levados a cabo pelo governo norte-coreano apesar da oposição dos Estados Unidos e seus aliados.

Pionguiangue argumentou que essas ações são uma contra-medida à hostilidade e ao fustigamente de seu vizinho e dos Estados Unidos, que realizaram grandes manobras militares com o uso de super-bombardeiros B-52 e os estratégicos Spirit-2, ambos portadores de bombas nucleares.

Em Seul, o ministro da Unificação da Coreia do Sul, Ryoo Kihl-jae, disse que a RPDC poderia estar preparando seu quarto teste nuclear, depois do terceiro realizado no dia 12 de fevereiro, o que foi posteriormente negado por porta-vozes do Ministério da Defesa.

Ryoo assistiu nesta segunda a uma sessão do parlamento dedicada à diplomacia e à reunificação e foi indagado sobre o tema pelos deputados que comentaram que tinham conhecimento de movimento de pessoal e veículos próximo ao complexo de provas em Pung yeri, província norte-coreana de Hamgyong.

O Ministro limitou-se a dizer que existiam "sinais de preparativos" de outro teste nuclear, de acordo com as versões da imprensa divulgadas no país ocupado pelos Estados Unidos, mas pouco depois o Ministério da Defesa desmentiu a possibilidade de um teste atômico.

Os movimentos em Pung yeri parecem rotineiros e não seria iminente outro teste nuclear norte-coreano, afirmou o porta-voz segundo a imprensa chinesa divulgou em Pequim.

Com informações da Prensa Latina