Documentos da ditadura reforçam pedido para saída de Marin da CBF

Em reportagem do portal UOL Esporte desta quinta-feira (11), o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, tem sua vida pregressa na política revelada através de documentos da ditadura. Sua ligação com a ala mais radical do governo militar na época, além de conexões com órgãos de vigilância e de repressão são divulgados, fortalecendo a campanha por sua saída do posto de presidente da entidade.

Para a presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), os documentos pressionam mais ainda seu desligamento: “Essas evidências só mostram a necessidade de mudança na cúpula da CBF. Além da petição com mais de 50 mil assinaturas, que entreguei à CBF junto do filho do jornalista Ivo Herzog e do deputado e presidente da Comissão de Esporte, Romário, esses documentos são o mais forte indício de que Marin teve conexão e influência direta na morte de Herzog e perseguição de outros jornalistas. Nossa posição como instituição do Congresso em defesa da liberdade de expressão é de reivindicar isso”, declarou.

No início do mês, os parlamentares e Herzog protocolaram na sede da Confederação, no Rio de Janeiro, a petição com mais de 50 mil assinaturas de políticos, esportistas, artistas e cidadãos. Nenhum membro da diretoria da entidade recebeu o grupo, mostrando fragilidade ao tema.

Em São Paulo, a Comissão Nacional da Verdade, que também recebeu a documentação, decidiu convocar José Maria para prestar esclarecimentos sobre suas posições políticas nos anos de chumbo.

“Em um momento em que a democracia brasileira avança, é difícil que tenhamos à frente de uma instituição que representa uma das mais fortes culturas do povo brasileiro, que é o futebol, alguém que colaborou com a ditadura. O momento atual exige a memória, a verdade e a justiça”, conclui Jandira.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Jandira Feghali