Catástrofes de Tchernobil e de Fukushima devem ser evitadas

O dia 26 de abril é o Dia Internacional de Homenagem às Vítimas de Acidentes Radioativos. Nesse dia, em 1986, na usina atômica soviética de Tchernobil, ocorreu um acidente dramático que veio colocar de sobreaviso a Humanidade, forçando-a a refletir mais e melhor sobre a segurança de energia nuclear.

Por Mikhail Arístov, na Voz da Rússia

Monumento em Tchernobil

A energia nuclear para produção de energia entrou na vida do planeta há mais de 50 anos. Os reatores nucleares têm permitido não só diminuir o nível da "fome energética", mas também sanear um ambiente ecológico numa série de países. A título de exemplo, se pode citar a França, onde 75% da energia elétrica é produzida por usinas atômicas, o que fez reduzir, em 12 vezes, a emissão do dióxido de carbono.

Dir-se-ia estarmos perante uma opção ideal desde que os reatores sejam completamente seguros. Entretanto, durante longos anos de existência da energia atômica, vários países sofreram acidentes e incidentes diversos. Ao todo, foram registrados cerca de 400 acidentes perigosos do gênero.

Os mais graves foram o acidente de Tchernobil na Ucrânia, o de Three Mile Island, nos EUA em 1979 e o acidente trágico ocorrido na central atômica nipônica de Fukushima-1 em 2011. Segundo os observadores, este último superou em 20 vezes o de Tchernobil pelo volume de emissões radioativas sumárias.

As causas de ambos os acidentes foram diferentes, mas a sua experiência amarga foi estudada de forma meticulosa, afirma o diretor do Fundo de Desenvolvimento Energético, Serguei Pikin.

"Uma vez que, em face de catástrofes tecnogênicas, a Humanidade parece estar muito vulnerável, convém aprender a prever eventuais situações de perigo e empreender tentativas de atenuar os riscos daí decorrentes. Neste sentido, as questões de segurança têm vindo a assumir uma relevância particular".

Atualmente no mundo operam 440 a 450 reatores em usinas atômicas diversas. Mais de 60 se encontram em vias de construção. Mas o último acidente de Fukushima acabou por estragar a boa imagem da energia atômica recuperada nas décadas que se seguiram ao acidente de Tchernobil. Em virtude disso, têm-se intensificado buscas de fontes de energia alternativas, constata Oleg Dvoinikov, redator-chefe da revista Atómnaya Stratéguia (Estratégia Atômica), contatado pela emissora Voz da Rússia.

"As alternativas realmente existem. Podem criar-se instalações energéticas a vapor, a gás e a carvão. Todavia, é preciso ter sempre presente o conceito de equilíbrio ideal de potências. Os especialistas dizem que cerca de mil reatores nucleares podem coexistir. Outra coisa é a solução de questões relativas à utilização de resíduos nucleares. Mas, ao que tudo indica, os reatores serão construídos nos próximos 30 a 40 anos".

No Dia de Homenagem de Vítimas de Acidentes Radioativos em várias cidades da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia foram realizados eventos comemorativos. No continente europeu, está decorrendo a Jornada Europeia de Ações sob o lema "Pelo Futuro após Tchernobil e Fukushima".

Fonte: Voz da Rússia