Parte do resgate financeiro a Chipre é desbloqueado

A União Europeia liberou nesta segunda-feira (13) a primeira parte de um resgate financeiro ao Chipre de dois bilhões de euros e ao mesmo tempo adiou para junho um outro repasse.

Em um comunicado, o Mecanismo Europeu de Estabilidade confirmou que essa quantia foi transferida nesta segunda-feira e que uma segunda parte de até um bilhão de euros será desembolsada antes de 30 de junho.

Ambos os fundos serão utilizados para satisfazer as necessidades financeiras e fiscais do Chipre, incluído o pagamento de parte da dívida do país, segundo a fonte.

O governo do Chipre conseguiu em março um acordo para receber ajuda de até 10 bilhões de euros, ainda que em contrapartida deverá implementar uma severa reforma financeira.

O "salvamento" inclui a liquidação da entidade financeira Laiki e a reestruturação do Banco de Chipre.

Nesse processo, o Laiki será convertido em um "Bad Bank" (banco ruim), no qual serão colocados os chamados ativos tóxicos, isto é, os fundos de investimento de muito baixa qualidade criados a partir de hipotecas a indivíduos com baixa solvência econômica.

Por outro lado, os ativos bancários que estão garantidos ficarão a cargo do Banco de Chipre, e as pequenas poupanças, com menos de 100 mil euros na conta, não serão submetidas à contribuição forçada.

O plano também contempla medidas estritas para reduzir a dívida pública do país.

Isto traz consigo cortes de despesas, aumentos impositivos e restrições que condenarão o pequeno país, de apenas um milhão de habitantes, à recessão, de acordos com especialistas.

O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, reconheceu recentemente que o Chipre tem imensos desafios adiante, depois de afirmar que o modelo econômico desse país é inviável.

Durão Barroso argumentou assim que o país enfrentará um duro choque econômico, devido ao processo de reestruturação bancária acertado como contrapartida à ajuda financeira.

O chefe do Executivo comunitário enfatizou que se o acordo for implementado corretamente, a viabilidade econômica do país "poderá ser restaurada".

No entanto, o maior peso recairá sobre a população, enquanto a credibilidade das instituições financeiras diminui, sendo que elas estão cada vez mais afastadas dos cidadãos, já que não são uma prioridade.

Por um lado, o setor financeiro considera essencial o acordo para garantir um futuro sustentável para o Chipre na Eurozona e evitar que a situação fique ainda mais crítica na ilha e na região.

Pelo outro, a população vive tempos de grande incerteza e desespero, em um contexto de pouco crescimento global.

Fonte: Prensa Latina