MST reocupa fazenda em Minas, 15 dias após despejo violento
Nesta segunda-feira (20), a região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, amanheceu tingida de vermelho. Por volta das 5 horas, cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocuparam a Fazenda Porto Seguro, no município de Serra do Salitre.
Publicado 20/05/2013 16:10
Os sem-terra que viviam no acampamento Chico Mendes, ocupando a área desde 22 de janeiro do ano passado, sofreram um despejo violento há 15 dias e foram expulsos do local, após a expedição de um mando de despejo da Vara Agrária de Minas Gerais.
“O objetivo da ocupação é realizar a colheita das culturas que as famílias cultivavam na área e pressionar o governo federal para destinar a fazenda para fins de reforma agrária, criando o assentamento no local”, explica o integrante da coordenação estadual, Edvaldo dos Santos.
Os trabalhadores também denunciam as injustiças cometidas pelo Poder Judiciário de Minas Gerais, que na semana passada adiou, pela segunda vez consecutiva, o julgamento do latifundiário Adriano Chafik, réu confesso do Massacre de Felisburgo em 2004, em que cinco sem terra foram assassinados e 20 pessoas ficaram feridos.
O MST também denuncia a parcialidade da Vara Agrária e da 12ª Vara Federal de Minas Gerais, que têm se transformado em “Varas de despejos”. Ao emitir sucessivos mandatos de reintegração de posses sem avaliar a condições das famílias sem terra que ocupam os latifúndios e analisar se os mesmos cumprem a função social da terra, os dois órgãos penalizam os trabalhadores em detrimento do privilégio dos latifundiários.
Os sem-terra repudiam ainda a posição arcaica do chefe de obtenção de terras do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Minas Gerais, que foi procurado pelo proprietário da fazenda Porto Seguro para negociação, mas não tomou as devidas providências para evitar o despejo das famílias sem-terra.
Fonte: Página do MST