Chancelaria iraniana trata temas atuais da sua política externa

O porta-voz da chancelaria persa Sayyed Abbas Araqchi abordou temas relevantes para a República Islâmica do Irã nesta terça-feira (21), em uma coletiva de imprensa. O foco foi dado a temas como as negociações relativas ao programa nuclear persa com o Grupo 5+1 (membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha) no âmbito da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) , as propostas do Irã para a solução da crise na Síria e a participação persa como membro observador da União Africana.

Porta-voz da chancelaria iraniana - HispanTV

Nos diálogos do passado 15 de maio, os representantes do Irã e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) abordaram temas além dos compromissos. “Não acreditamos que os diálogos fracassaram”, assegurou Araqchi durante a sua coletiva de imprensa semanal com os correspondentes nacionais e estrangeiros.

Em resposta a uma pergunta sobre as declarações do subdiretor geral da AIEA, Herman Nackaerts, que considerou fracassados os diálogos de 15 de maio em Viena (Áustria), Araqchi recordou que nestas conversações as partes tinham como objetivo determinar um marco para as cooperações Irã-AIEA.

“Até o momento, ambas as partes celebraram 10 rodadas de diálogos difíceis e complicados, e Teerã espera chegar a uma conclusão nas próximas conversações”, disse o porta-voz.

Sobre os diálogos simultâneos entre o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Said Jalili, e a chefe da Política Exterior da União Europeia (UE), Catherine Ashton, na cidade turca de Istambul, o porta-voz da chancelaria do Irã afirmou que não trataram especificamente das conversações entre Irã e o Grupo 5+1 (membros do Conselho de Segurança mais a Alemanha), mas também sobre temas secundários, que envolviam uma resposta de Catherine.

Depois da última rodada de diálogos entre o Irã e o G5+1, celebrada em 5 de abril em Almaty, capital do Cazaquistão, a chefe de Relações Exteriores europeia tinha uma semana para anunciar o resultado das suas consultas com os representantes dos seis países do grupo, “mas ela atrasou a sua resposta em 40 dias”, disse Araqchi.

Na segunda reunião de Almaty, as partes concordaram em determinar a data dos próximos diálogos em contatos futuros, de acordo com o porta-voz.

Araqchi também mencionou as declarações do chanceler alemão, Guido Westerwelle, que teria dito que a Alemanha considera inaceitável “que Teerã adquira armas nucleares”, e afirmou que desde o início o Irã anuncia a sua firme postura contra o uso deste tipo de armas, proibido também por um decreto religioso emitido pelo Líder Supremo da Revolução Islâmica iraniana.

Irã, Síria e União Africana

Quanto à celebração da Conferência de Teerã sobre a crise na Síria, prevista para 29 de maio, o porta-voz persa afirmou que a reunião é um esforço por parte do Irã com o fim de ajudar a encontrar uma solução pacífica para o conflito.

“Uma solução política contribui para a restauração da paz e da segurança na região, e se não for escolhida, nunca se estabelecerá a estabilidade na zona”, agregou.

Sobre a mudança de postura da Turquia em relação à Síria, depois da viagem do premiê turco aos Estados Unidos, Araqchi ressaltou que já se pode ver a atenção turca às medidas políticas, uma estratégia que o Irã favorece.

“Se as recomendações do Irã tivessem sido atendidas, não haveria ocorrido tanta matança na Síria; entretanto, a futura Conferência de Teerã é considerada uma boa oportunidade para realizar consultas regionais, que são mais úteis que as transregionais”, explicou.

Araqchi também informou que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad viajou à Etiópia, para participar da Cimeira dos líderes da União Africana (UA), da qual o Irã é um membro observador, e por isso participa normalmente das reuniões de ministros e líderes. O porta-voz lembrou que a ocasião é significativa porque marca os 50 anos do estabelecimento da unidade africana.

Com HispanTV