Sarney, censura e ditadura: uma semana que resume sua história

 

O ex-presidente José Sarney
Sarney tenta se pintar de democracia desde 1984, com a derrocada do regime ditatorial que ele ajudou a criar e que o criou, apoiando sua eleição a governador em 1965. E, por mais que ele tente através de biografias encomendadas, discursos no Senado e imprensa comprada, a imagem do velho coronel não sai dele.

Dois processos que foram julgados esta semana demonstram com maior contundência que qualquer artigo em defesa de Sarney a postura típica estadista-às-avessas que o oligarca maranhense adota ao longo dos anos.

Numa mesma semana, Sarney conseguiu manter a censura ao jornal O Estado de São Paulo, que desde 2009 está proibido de divulgar qualquer informação sobre as investigações que acusam seu filho Fernando Sarney de fazer Caixa 2 para Roseana Sarney nas eleições de 2006.

Nenhuma crítica ou investigação sobrevive às investidas de Sarney em todas as esferas de poder, tramando para se safar de inquéritos, condenações, críticas, sejam elas as mais embasadas possíveis.

Nem mesmo um blog escapou. Também na última semana, uma blogueira do Amapá teve as contas bloqueadas por dever R$ 2 milhões depois de processo movido por José Sarney devido a uma crítica tecida pela jornalista Alcinea Cavalcante.

O detalhe é: Alcinea é aposentada e teve todos os seus bens bloqueados por ousar criticar o chefe do clã mais longevo do país. É justo, Sarney?

Fonte: Blog Jorge Vieira