Coreia Popular demonstra comprometimento com paz regional

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) propôs à Coreia do Sul, nesta terça-feira (28) a autorização da participação de organizações privadas em eventos entre ambas as partes, ao mesmo tempo em que instou a contraparte a iniciar um diálogo conjunto sobre a zona industrial de Kaesong, de acordo com a agência chinesa de notícias Xinhua.

Uma matéria da agência estatal chinesa, feita desde Pyongyang (capital da RPDC), recordou que esta proposição ocorre um dia depois de Seul (capital sul-coreana) não permitir que organismos privados sul-coreanos assistissem aos atos comemorativos do 13º aniversário da Declaração Conjunta programados para 15 de junho.

A assinatura desta Declaração teve lugar neste dia do ano 2000, ao término de uma cimeira entre o então presidente sul-coreano Kim Dae-jung e o falecido líder norte-coreano Kim Jong-il, que marcou o começo de um período de aproximação entre ambas partes.

Durante esta florescente etapa de cooperação bilateral a grande escala e a expansão dos laços econômicos, foi construído o complexo industrial de Kaesong, localizado em uma região norte-coreana próxima ao Paralelo 38, agora fechado como resultado do mais recente capítulo de graves tensões e desacordos entre Pyongyang e Seul.

Para o Ministério de Unificação da Coreia do Sul, a RPDC não trata de promover a discórdia interna entre sul-coreanos ao convidar a esta celebração organizações privadas que não têm a autoridade para solucionar problemas destacados que só podem ser tratados a nível governamental.

Mas uma declaração do comitê norte-coreano para a Reunificação Pacífica da península, citada pela agência chinesa Xinhua, destaca que as autoridades em Seul poderiam participar nesta comemoração, caso se preocupe que a assistência de entidades privadas nessa festividade poderia criar contradições entre os sul-coreanos.

De acordo com esta instituição oficial norte-coreana, Seul poderia enviar membros do Comitê para a Operação da Zona Industrial de Kaesong e seus empresários, se desta forma se sentirem seguros.

Esta posição de Pyongyang é interpretada como resposta ao chamado desta segunda, de Seul, de que se a RPDC quer mesmo melhorar as relações intercoreanas, "deve iniciar um diálogo com o governo para construir a confiança”.

A atual crise intercoreana começou logo após a adoção de medidas contra a RPDC pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, primeiro por utilizar técnica de mísseis para pôr em órbita um satélite e logo pela realização do seu terceiro teste nuclear.

A essas condenações, que Pyongyang assegurou terem sido preparadas pelos Estados Unidos, seguiu-se a celebração de manobras militares conjuntas entre os EUA e a Coreia do Sul, com o uso de técnicas e armamentos que a RPDC considerou serem um ensaio de um potencial golpe nuclear.

Relações com a China

Entretanto, as tensões parecem reduzir-se neste momento, como demonstrou a visita de um enviado especial do líder norte-coreano Kim Jong-Un à China, expressando a disposição de Pyongyang em participar em conversações que ajudem uma solução pacífica à situação na península, de acordo com declarações recebidas do vice-marechal do Exército Popular Norte-Coreano Choe Ryong-hae por Liu Yunshan, membro do proeminente Comitê Permanente do Birô Político do Partido Comunista da China (PCCh).

O dirigente norte-coreano disse a Liu que o seu país deseja focar no desenvolvimento econômico e que para esta tarefa necessita de um ambiente de paz, e escutou de Liu que o desejo de Beijing é fortalecer a comunicação com Pyongyang, expandir o consenso e levar adiante as relações bilaterais.

O membro do Comitê Permanente do Birô Político do PCCh aproveitou esse encontro para reiterar a posição do governo chinês, que pede que as partes interessadas na desnuclearização, na paz e na estabilidade na Península Coreana tomem ações concretas para aliviar as tensões.

Liu agregou que todos devem solucionar as suas diferenças mediante o diálogo e retomar as conversações de seis partes (China, Rússia, Japão, EUA, Coreia do Sul e RPDC) o mais cedo possível, suspendidas desde 2008.

Pyongyang retirou-se em abril de 2008 em protesto pelas sanções das Nações Unidas devido a um teste nuclear realizado então.

Em suas declarações em Beijing, o enviado de Kim Jong Un assegurou que "a RPDC aspira a concentra-se no desenvolvimento da economia e em melhorar os níveis de vida do povo, e está disposta a contribuir para a criação de um ambiente pacífico ao seu redor".

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho