Brasil pede apoio dos EUA para reforma no Conselho de Segurança

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ouviu nesta sexta (31) o apelo do governo brasileiro para que os estadunidenses apoiem a reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil defende a ampliação do órgão para incluir um país da América Latina e mais um da África, da Ásia e do Leste Europeu. A atual estrutura do conselho é do final da 2ª Guerra Mundial, nos anos de 1940.

Dos 15 países do Conselho de Segurança, cinco são membros permanentes – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Dez são membros rotativos, passam dois anos no conselho e depois são substituídos.

Biden, chegou nesta sexta-feira (31), por volta das 10 horas, ao Palácio do Planalto, onde reuniu-se com a presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer.

A defesa de uma reforma do órgão faz parte da política externa brasileira. Nos seus discursos, a presidenta Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, argumentam que o formato atual do conselho não reflete o mundo contemporâneo nem as forças políticas.

Porém, a reforma do Conselho de Segurança esbarra em questões de políticas regionais, por isso a dificuldade de negociar um acordo em busca de consenso. Nas Américas, por exemplo, existiria apenas mais uma vaga. A disputa envolve o Brasil, a Argentina e o México, que querem garantir espaço como membro titular do órgão.

O vice-presidente dos EUA defendeu a intensificação de parcerias comerciais entre os dois países. “Não há razão para que a maior economia do mundo [EUA] e a sétima mundial [Brasil] não possam multiplicar por cinco vezes o comércio bilateral”, disse Biden.

“Ambos reconhecemos que há lacunas e discutimos uma agenda ambiciosa sobre a qual devemos nos concentrar”, acrescentou. Para Biden, as visitas ao Brasil do presidente norte-americano, Barack Obama, em 2011, e de dez ministros do governo dos Estados Unidos, assim como a da presidenta Dilma Rousseff ao país, em outubro, demonstram o interesse de incrementar as relações bilaterais. Ele disse que há interesse nas áreas de energia, segurança, educação, ciência e tecnologia.

“Temos muito a aprender com vocês”, disse Biden. “Também discutimos o fato de que vocês podem aprender conosco”, acrescentou ele. De 2008 a 2012, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões.

Em 2011, a corrente de comércio alcançou recorde histórico em decorrência do aumento das importações brasileiras (25,6%). Em 2012, os Estados Unidos foram o segundo parceiro do Brasil no mundo, com participação de 12,7% no total do comércio exterior brasileiro.

Fonte: Agência Brasil