"Em 10 anos fizemos mais pela Educação do que fizeram em 500"

O ministro da Educação, Aluizio Mercadante, afirmou, nesta sexta-feira (31), que os governos progressistas no Brasil fizeram “em 10 anos, o que ninguém fez em 500”. As declarações foram proferidas diante de um auditório lotado, que transbordava energia, durante o 3º Encontro Nacional dos Estudantes Cotistas e Pounistas, atividade do 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado no Centro de Convenções de Goiânia.

Joanne Mota, de Goiânia para o Portal Vermelho 

O presidente da UNE, Daniel Iliescu, falou sobre a importância da mesa no circuito das atividades do Congresso da UNE e frisou que esse momento demonstra a força do movimento estudantil, que pulsa em todo o país, sem perder de vista sua diversidade e pensamento.

“Quando contabilizamos mais de 95% de instituições mobilizadas, de todos os estados brasileiros, só isto demonstra o que representa a juventude para a construção do Brasil. Temos em nossas mentes o dever de honrar os que tombaram durante o Regime Militar, e é essa geração que irá guiar o Brasil numa trajetória ascendente, na qual o povo não se sinta oprimido, na qual a juventude tenha seu espaço", pontuou o jovem presidente.

Qual é a Educação queremos?

O Encontro também contou com a participação de Mercadante, que durante a sua fala apresentou os números da Educação no Brasil. Ele declarou que o caminho para se combater as desigualdades sociais no Brasil começa pelo investimento no ensino infantil.

“A educação infantil é apenas o começo. Outro ponto que não devemos perder de vista é a valorização daqueles que garantem essa caminhada, os professores. Ou seja, somente com estrutura para as nossas crianças e profissionais valorizados alcançaremos o Brasil que queremos”, disse o ministro.

E completou: “Esse governo assumiu o compromisso de não deixar para trás nenhum estudante, nenhum jovem. Avançamos muito, mas queremos mais e uma ação fundamental é a complementaridade entre governo Federal, Estadual e Municipal. O MEC já está investindo em ações que ampliem a sinergia entre estas três esferas, mas ainda precisamos vencer problemas históricos”.


Democratização do ensino superior

Em meio aos gritos de luta da juventude que ouvia as declarações da mesa, o ministro questionou qual é a principal diferença quando se olha o ensino superior de hoje. E bradou: “durante muito tempo os filhos das famílias ricas eram quem povoavam as universidades, hoje é filho do trabalhador que dá o tom. Acabou o privilégio. O que fizemos em 10 anos, ninguém fez em 500. E essa é uma transformação que ninguém pode negar”.

O ministro ainda citou dados da expansão dos investimentos em pós-graduação. Ele exemplificou que no Nordeste, que contabiliza 27% da população e 13% do PIB (Produto Interno Bruto), em 2001 apenas 1,9% teve acesso à pós-graduação, hoje esse número aumentou para mais de 10%, mas ainda está longe da meta do MEC.

Mercadante ainda acrescentou que em todo o Brasil, houve um crescimento de 179% do número de pessoas com Doutorado, além da construção de mais de três milhões de metros quadrados de campi universitários.

“Para avançarmos nessa expansão é preciso o empenho de todos, do governo fazendo valer seus projetos, da sociedade cobrando mais para o setor e da juventude, unida e forte, propondo e acompanhando o andamento das ações do Estado”, pontuou Mercadante.

Pós graduação

Em entrevista ao Portal Vermelho, a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone, reconheceu o crescimento da pós-graduação no Brasil, mas lembrou que isso ocorreu por conta do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Segundo ela, esse crescimento reconfigura o nível de qualificação dos recursos humanos do país e acrescenta que para avançar nessa expansão é preciso ter proposta de investimento planejado.

“Estamos discutindo junto aos conselhos da Capes do CNPq a importância de que o crescimento da pós-graduação seja planejado estrategicamente. E por que nos posicionamos assim? Porque só com planejamento poderemos combater, por exemplo, as assimetrias regionais que ainda são imensas”, explicou a presidenta.

Compuseram a mesa do 3º Encontro Nacional dos Estudantes Cotistas e Pounistas o ministro da Educação, Aloizio Mercadante; o presidente da UNE, Daniel Iliescu; a secretária-geral da UNE, Michele Bressan; a vice-presidenta da UNE, Clarisse de Dutra; a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ebes), Manuela Braga; a presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone; o presidente da União Estadual do Estudantes de Goiás (UEE), Lucas Ribeiro; o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil; o Pró-Reintor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFG, Paulo Speller; e Paulo Abrão, secretário Nacional de Justiça..

Acompanhe íntegra da entrevista com Luana Bonone, presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) na Rádio Vermelho.