Núcleo de Consciência Negra busca adesões a PL pró cotas

Após dois meses de trabalho, o movimento negro e movimentos sociais, organizados na Frente de Lutas Pró Cotas de São Paulo, divulgam o projeto de lei elaborado pelo grupo de trabalho organizado a partir de uma audiência pública sobre o tema, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Agora, organizações como o Núcleo de Consciência Negra na USP busca adesões.

O texto institui o sistema de cotas para negros, índios, alunos oriundos da rede pública de ensino e pessoas com deficiência para ingresso nas universidades públicas do estadoO objetivo é a aplicação da política nas universidades públicas citadas. Na contramão do anseio popular, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), em conjunto com as reitorias da Universidade de São Paulo (USP), Universidde Estadual de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp) apresentaram o Programa de Inclusão por Mérito (Pimesp) que não atende as reivindicações históricas de democratização do acesso.

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Na justificativa do projeto de cotas, que também valerão para demais instituições mantidas pelo Estado de São Paulo,  as organizações ressaltam que a restrição de acesso ao ensino público superior "é uma das mais evidentes marcas de nossa desigualdade." O estado paulista, de acordo com levantamento do Censo/IBGE (2010), é onde há maior população negra do Brasil. No entanto, essa realidade não se reflete nas universidades: em 2013 os negros correspondem a 13,7% dos estudantes que ingressam na USP – sendo que correspondem a 35% da população de São Paulo. Se avaliarmos os três cursos mais concorridos da instituição no vestibular 2013 (medicina, engenharia civil e publicidade e propaganda), nenhum deles tiveram ingressantes negros e apenas 9,5% dos matriculados se declararam pardos.

Abaixo, a carta divulgada pelo Núcleo de Consciência Negra na USP:

Amigas e Amigos,

Nos últimos meses o movimento negro e os movimentos sociais, organizados na Frente de Lutas Pró Cotas Raciais de SP se dedicaram a uma ofensiva para exigir a aplicação desta política nas Universidades Públicas Paulistas.

Na contramão do anseio popular, o governador Alckmin, em conjunto com as reitorias de USP, Unesp e Unicamp apresentaram o PIMESP-Programa de Inclusão por Mérito, que nem de longe atende as reivindicações históricas de democratização do acesso.

Imediatamente reagimos. Formulamos o Manifesto a Favor das Cotas e contrário ao Pimesp. Provocamos as forças populares na Alesp e sobretudo, promovemos um amplo debate no seio das universidades e da sociedade como um todo.

Como fruto desse processo, em comum acordo com o grupo de parlamentares favoráveis às Cotas, estabelecemos um Grupo de Trabalho composto por representantes da sociedade civil, cuja tarefa seria a elaboração de um novo texto que servisse de substitutivo ao PL de Cotas 530/04.

Após 2 meses de trabalho, encerramos essa etapa e apresentamos à sociedade civil organizada a proposta de PL de Cotas elaborada e, a partir da agora, defendida pelos Movimentos.

A apresentação do texto aos parlamentares da ALESP está pré-agendada para dia 4 ou 5 de junho (a confirmar). Até lá pedimos a adesão das diversas organizações, movimentos, ong's, sindicatos, partidos, igrejas, grupos e associações, bem como assinaturas individuais de lideranças sociais e politicas, religiosos, intelectuais, artistas, esportistas, etc.

A presente proposta, que seguirá à ALESP para os trâmites normais, será também objeto de uma ampla campanha estadual de PL de Iniciativa Popular que visará agregar 300 mil assinaturas, maneira pela qual será feita a pressão popular para que a ALESP aprove as Cotas.

As ADESÕES devem ser direcionadas ao e-mail: [email protected]

Anexo segue o PROJETO DE LEI DE COTAS e sua respectiva JUSTIFICATIVA para seu estudo e adesão.

Muito axé para nossas lutas! Venceremos!

Núcleo de Consciência Negra na USP

Com informações do Núcleo de Consciência na USP

Conheça o projeto de lei: