Presidenta da Funai deixa o cargo em meio a conflitos indígenas

A assessoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou, nesta sexta (8), que Marta Azevedo não está mais à frente da instituição. Marta deixou o cargo alegando problemas de saúde.

Segundo a assessoria da Funai, ela entregou seu pedido de exoneração ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, dizendo que precisa de tempo para fazer um tratamento médico, “incompatível com a agenda de presidenta”.

A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Maria Augusta Assirati, assumirá o cargo de forma provisória. “Maria Augusta e os demais diretores darão continuidade à missão da instituição na promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas, com o compromisso de fortalecimento da Funai, mantendo o amplo diálogo com os povos indígenas, servidores e demais setores do governo”,diz nota da assessoria.

Em Mato Grosso do Sul, uma tentativa de reintegração de posse contra indígenas que ocupam uma fazenda no município de Sidrolândia terminou com a morte do terena Osiel Gabriel, no último dia 30. Na terça-feira (4), outro índio foi baleado na região. O acirramento da tensão levou o governo estadual a pedir o envio da Força Nacional de Segurança para a área. Desde quarta-feira (5), 110 homens da tropa federal estão na região.

A situação dos indígenas mundurukus, que estão em Brasília desde o começo da semana em manifestações contrárias à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, também aumentou a tensão entre governo e índios nos últimos dias. Um grupo de 140 mundurukus foi a Brasília negociar com o governo, mas há consenso.

Marta também teve que aceitar recentemente a decisão do governo de ampliar o número de instituições às quais os processos de demarcação de terras indígenas serão submetidos. A Funai é responsável pela elaboração dos laudos antropológicos que determinam a criação de novas reservas. No entanto, o governo quer que esses processos sejam submetidos a pareceres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A Casa Civil já suspendeu novas demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul.

Fonte: Agência Brasil