Os candidatos presidenciais no Irã

São oito os candidatos à Presidência no Irã que acontecerá no dia 14 de junho. Dos 686 pedidos de candidatura, apenas 8 foram aceitos pelo Conselho dos Guardas da Revolução. O mandato presidencial tem duração de quatro anos passível de uma única renovação. Ahmadinajed completa seu segundo mandato tendo seu candidato preferido vetado nestas eleições. As mulheres assim como jovens acima de 18 anos têm direito à voto.

Por Assad Frangieh, no blog Oriente mídia

Veja quem são os candidatos nas eleições presidenciais no Irã:

Said Jalili

É sua primeira vez como candidadto presidencial. É o chefe de equipe nas negociações sobre o dossiê nuclear do Irã. É próximo do Líder supremo Aiatolá Ali Khamenei. Seu primeiro destaque político aconteceu quando nomeado secretário do Conselho de Segurança Nacional e negociador chefe em setembro de 2007. Nascido em 1965 na cidade de Mashhad, nordeste do Irã, juntou-se às forças paramilitares do “Bassije” participando na guerra Irã-Iraque entre 1980 e 1988. Foi ferido e perdeu sua perna direita. Seu doutorado (PhD) abordou o “pensamento político no Alcorão”. Segundo comentaristas locais, Jalili é um defensor dos “valores islâmicos” e leva uma vida simples. Seus críticos alegam pouca experiência administrativa num momento de fortes sanções impostas pelo Ocidente por causa do Programa Nuclear Iraniano.

Mohammad Baqer Qalibaf

O prefeito de Teerã é visto como conservador pragmático aliado do Líder supremo. Qalibaf tem 51 anos e já ocupou postos de comando no Exército e na Polícia e em seguida entrou na política. Chegou ao quarto lugar na eleição presidencial de 2005. Qalibaf fez duras críticas ao atual presidente iraniano Ahmadinejad em suas políticas econômicas e administrativas, juntando-se à coligação de críticos conservadores. Serviu na Força Aérea do Irã, foi veterano da Guerra Irã-Iraque entre 1980 e 1988, antes de chegar ao posto de chefe de polícia nacional. Enfrentou com inteligência os protestos estudantis pacíficos em 2003 e introduziu as mulheres para servirem na Polícia. É piloto experiente da “Iranian Airbus” enquanto ainda era chefe de polícia. É Professor da Universidade de Teerã.

Ali Akbar Welayati

É assessor do Líder Supremo para Assuntos Internacionais e o mais experiente político em razão de suas participações ministeriais desde a Revolução Islâmica em 1979. Recebe autorizações diretas do Líder Supremo tendo sido assessor do aiatolá Khomenei. Foi Secretário-Geral da Academia Mundial do Despertar Islâmico. Welayati é nascido em 1945 na cidade de Teerã, serviu como Vice Ministro da Saúde de 1980 até 1981, em seguida foi ministro das Relações Exteriores durante 16 anos entre 1981 e 1997 sem precedentes na história política no Irã.

Hassan Rohani

Uma das figuras políticas mais importantes do Irã, já ocupou diversos cargos parlamentares, incluindo o cargo de Vice Presidente do Parlamento e representante do Aiatolá Khamenei no Conselho Supremo de Segurança Nacional. Rohani foi um dos principais negociadores do Programa Nuclear com a União Europeia. Atualmente dirige o Centro de Pesquisa Estratégica do Conselho de “Discernimento”, um órgão consultivo de alto escalão do Líder Supremo. Rouhani de 64 anos é descrito como moderado e conservador pragmático. Foi crítico de muitos discursos do Presidente Ahmadinejad alegando serem “não calculados ou medidos” trazendo grandes prejuízos para o Estado. Defende a pena de morte em casos de sabotagem e destruição de propriedade do Estado. Criticou as manifestações estudantis em 2003, mas, as defendeu em 2009 em sua forma pacífica. É fluente em inglês, alemão, francês, russo e árabe. Detém um doutorado em Direito pela Universidade Caledônia Glasgow na Escócia.

Gholam Ali Haddad Adel

É um dos candidatos conservadores mais leais ao Líder Supremo reforçado pelo casamento entre parentes sendo a filha de Haddad Adel esposa de Mojtaba, filho do aiatolá Khamenei. O que lhe falta nestas eleições é oratória política, segundo observadores locais. Também não ficou claro seu papel durante a Revolução Islâmica no Irã em 1979, algo importante na concepção do eleitor iraniano. É deputado desde 2000 assumindo o cargo de Presidente do Parlamento iraniano entre 2004 e 2008. Tem 68 anos e participou de outros postos dentro do Estado. É escritor de livros religiosos e fluente no Inglês e Árabe.

Mohammad Reza Aref

É considerado um político reformista, membro do Conselho de ”Discernimento.” Nascido em 1951 na cidade de Yazd no centro do país, ocupou vários cargos executivos no Irã após a Revolução Islâmica. Também reconhecido por sua inteligência devido seus trabalhos científicos e por sua credibilidade política. Estudou engenharia elétrica na Universidade de Stanford, e atualmente é professor na Universidade Tecnológica de Sharif em Teerã. Apesar de suas posições reformistas, não recebeu duras críticas durante as eleições disputadas em 2009.

Mohsen Rezai

É atualmente secretário do Conselho de Discernimento dirigido por Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, onde ambos parecem se entenderem bem. Serviu como General na Guarda da Revolução islâmica durante 15 anos sendo acusado pela Argentina no envolvimento do ataque de 1994. Foi colocado na lista da Interpol. Retirou-se da candidatura presidencial em 2005, recebendo 1,7 % dos votos em 2009. Pediu impugnação da eleição de Ahmadanejad retirando-a posteriormente. É visto como aliado próximo do Líder Supremo Ali Khamenei, conservador tendo realizado severas críticas ao atual governo do presidente iraniano na esfera econômica. Nascido em 1954 na cidade de Mesquita Suleiman, possui doutorado Ph.D em Economia pela Universidade de Teerã.

Mohammed Gharadi

Candidato pela primeira vez, seu nome não tem grande ressonância política. Com poucas chances de ser eleito, esteve afastado da política nacional desde 1997. Sua candidatura aceita pelo Conselho Guardião da Revolução foi uma surpresa aos meios de comunicação em razão de sua declaração que não era afiliado a nenhum partido político e não tinha verba para sua campanha. É visto como moderado cujo lema de sua campanha é “um governo sem inflação”. Nascido em 1941 na cidade de Isfahan, estudou engenharia no Irã e na França. Era uma ativista político na época do Xá sendo preso em 1971 e deportado para fora do país. Ocupou alguns cargos políticos na década de 80, ocupando o Ministério do Petróleo e o Ministério das Comunicações. Foi Governador das províncias de Khuzestan do Sul e do Curdistão Ocidental.