Professores portugueses marcham em protesto neste sábado

Milhares de professores manifestam-se neste sábado (15), em Lisboa, contra as políticas do Governo de Portugal na área da educação, especialmente a mobilidade especial e o aumento do horário de trabalho dos docentes. “Será com certeza uma grande manifestação”, disse o dirigente sindical Mário Nogueira, líder da Fenprof.

O dirigente disse ainda que espera uma “grande greve” na segunda-feira (17), dia de exame de Português do 12.º ano. Depois de mais uma ronda negocial com o Governo na sexta-feira (14), ficou tudo na mesma. Nem os sindicatos desconvocaram a greve, nem o Governo alterou a data do exame.

Mário Nogueira repetiu que a única forma de a greve de segunda ser desconvocada é o Governo recuar em três matérias: a mobilidade especial dos professores (que prevê a desvinculação de quem ficar 12 meses sem colocação), a mobilidade interna no sistema de educação (possibilidade de serem colocados a quilômetros de distância) e aumento do horário de trabalho (de 35 para 40 horas semanais).

O líder da Fenprof acusou ainda o ministro Nuno Crato de ser o responsável se algum aluno não puder fazer exame de Português na segunda e disse que o ministro da Educação “deve ser colocado em tribunal” pelas famílias, porque é o responsável, por não ter mudado a data do exame.

Até agora ainda não existe nenhuma estimativa sobre o número de manifestantes. A Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE) estimam que tenham viajado até Lisboa cerca de 200 autocarros com professores, além de outro professoras que organizaram as próprias viagens.

Apelos ao entendimento e críticas ao Governo

Em dia de manifestação, o braço de ferro entre professores e Governo está também a marcar a agenda política. Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD, fez um apelo "a que seja possível nas próximas 48 horas encontrar uma solução".

“Não estou a pedir que os professores prescindam da defesa dos seus interesses e das suas lutas, mas espero que essa defesa não ponha em causa as legítimas expectativas e o direito dos alunos realizarem os seus exames”, acrescentou, citado pela Lusa, admitindo ter “esperança” que sindicatos e Governo cheguem a um consenso no fim de semana.

Já o líder do PS, António José Seguro, criticou o Governo por não ter alterado o exame de Português para dia 20. "Os professores ofereceram uma solução – a realização dos exames no dia 20 – e o Governo recusou. Eu considero que o Governo é responsável por esta situação”, disse o secretário-geral socialista, em Paris, considerando "errado” o Governo ter rejeitado essa proposta, porque permitiria “que os alunos pudessem realizar os seus exames tranquilamente, como deve ser num Estado de Direito”.

Fonte: Público.pt