Dilma lidera reunião nacional por melhoria dos serviços públicos
Depois de uma semana de manifestações nas principais cidades do país, a presidenta Dilma Rousseff se reúne nesta segunda (24) com governadores e prefeitos das capitais. Há ainda previsão de encontro com líderes dos protestos Movimento Passe Livre de São Paulo.
Publicado 24/06/2013 08:59
Na sexta-feira (21), em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, Dilma anunciou ainda encontros com os chefes de outros poderes para somar esforços. “Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.”
A presidenta defendeu o direito de protestar, mas condenou o vandalismo e os atos de violência. A presidenta disse que está atenta às reivindicações e que o pedido de mudança é legítimo. “Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira”, disse.
Dilma conversa com os prefeitos das capitais às 16 horas, mas antes, ao meio-dia, eles participam de reunião na sede da Frente Nacional de Prefeitos. Paralelamente, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estará, às 15 horas, no Rio de Janeiro, para se reunir com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes.
No pronunciamento do último dia 21, Dilma disse estar atenta às demandas dos manifestantes. “Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça. Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.”
Movimento Passe Livre
Em uma carta aberta que será entregue a Dilma, representantes do movimento afirmam ter ficado “surpresos” com o convite. “Esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia 6 de junho têm quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos”, diz o documento. A carta aberta cobra que o governo federal tome “a frente no processo de construção de um transporte público de verdade”.
Novos protestos
Depois de dizer que não iria convocar novos protestos neste momento, MPL-SP confirmou na tarde deste domingo (23) que irá apoiar uma manifestação na terça-feira (25) organizada pelos parceiros Periferia Ativa “Comunidade em Luta” e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
No Distrito Federal, há manifestação marcada para esta segunda (24) em Taguatinga, a maior cidade dos arredores do Plano Piloto, cuja concentração está prevista para as 14 horas, na Praça do Relógio. De acordo com líderes do movimento, o protesto é contra a qualidade dos serviços públicos, a corrupção e os gastos na Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014.
Na semana passada, os protestos levaram, em algumas cidades, à redução das tarifas de ônibus, cuja reivindicação predominou nos atos. A presidenta lembrou que a geração dela lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. “Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros. Sou a presidenta de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática”, ressaltou.
Da Redação,
com informações das agências