Balança comercial tem pior resultado semestral desde 1995

A balança comercial brasileira, resultado da diferença entre as importações e as exportações do país, registrou superavit de US$ 2,4 bilhões em junho, o triplo do verificado no mesmo mês do ano passado.

Apesar do resultado positivo no mês, o saldo comercial no semestre ficou negativo em US$ 3 bilhões, o mais baixo desde 1995, quando registrou deficit de US$ 4,2 bilhões.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (1) pelo Ministério do Desenvolvimento.

A diferença entre os números do comércio exterior brasileiro este ano e em 2012 é de 66,2% No primeiro semestre do ano passado, o saldo ficou positivo em US$ 7,1 bilhões.

A deterioração no saldo comercial deve-se principalmente a dois fatores: o registro em atraso este ano de US$ 4,5 bilhões em importações de combustível feitas pela Petrobras no ano passado e a queda nas vendas de commodities importantes, como petróleo, cuja exportação diminuiu quase 50% no semestre ante ao mesmo período do ano anterior.

As aquisições de 2012 da estatal estão sendo contabilizadas somente neste ano devido a uma decisão da Receita Federal, que permitiu à Petrobras informar as importações com atraso.

Exportações e importações

As exportações em junho somaram US$ 21,2 bilhões, alta de quase 10% frente ao mesmo mês de 2012.

Houve alta nas vendas de básicos (+6,8%) e manufaturados (+18,0%), enquanto caíram as exportações de semimanufaturados (-2,3%).

Segundo o governo, contribuiu para a alta a venda de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,6 bilhão, além do resultado positivo da venda de soja no mês frente.

Já as importações alcançaram US$ 18,8 bilhões, resultado 1,5% superior ante ao verificado em junho do ano passado.

Cresceram as compras de bens de consumo (+19,3%), bens de capital (+18,4%) e matérias-primas e intermediários (+6,2%). Houve queda nas importações de combustíveis e lubrificantes (-38,9%).

No semestre, as exportações somaram US$ 114 bilhões, queda de 0,7% frente ao ano passado. Mesmo assim, o terceiro maior valor para o semestre da série histórica, iniciada em 1993.

As vendas externas no acumulado do ano apresentaram queda em todos os segmentos com exceção dos manufaturados, onde houve alta tímida de 0,4%, puxada pelas vendas de automóveis (+32%), etanol (+67,6%) e obras de mármore (+25%).

Os produtos básicos caíram 0,9%, resultado influenciado pela queda expressiva de 48,5% na rubrica de petróleo e derivados. Os demais itens básicos apresentaram alta de 10,1%.

Já as importações alcançaram US$ 117,5 bilhões, alta de 8,4% ante ao primeiro semestre de 2012 e um recorde histórico.

Houve crescimento em todos os segmentos, com exceção de bens duráveis, que caíram 3%, por conta dos automóveis, cuja redução foi de 10%.

Destinos dos produtos brasileiros

No acumulado do ano, o Brasil incrementou as vendas para a China (+10,4%), Argentina (+7,2%) e Oriente Médio (+8,1).

Houve queda, contudo, nas exportações para Estados Unidos (-14,8%), União Europeia (-7,4%), Europa Oriental (-6,5%) e África (-5,6%).

A queda significativa nas vendas para os Estados Unidos é resultante da redução nas exportações de petróleo, que caíram quase 60% no acumulado do ano.

Segundo o governo, desconsiderando esse produto, os demais itens vendidos ao mercado americano tiveram resultado positivo de 1,2%.

Com agências