Afiliada baiana da Globo é cercada por protesto contra monopólio

Com faixas coloridas, percussão de latas, carro de som, megafone e palavras de ordem como “A verdade é dura! A Rede Globo apoiou a ditadura!” estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e grupos como Consulta Popular, Marcha Mundial de Mulheres, Levante Popular da Juventude, Quilombo dos Macacos, MST entre outros, fizeram um cordão humano entorno da Rede Globo, em Salvador, na manhã de quinta-feira (11), abrindo a agenda do Dia Nacional de Lutas.

O Sindicato dos Trabalhadores em Rádio, TV e Publicidade do Estado da Bahia (Sinterp-BA) já protestava em frente à emissora desde as 6h da manhã, quando juntaram-se aos radialistas centenas de estudantes e que ocuparam o pátio interno da empresa, reivindicando uma comunicação mais cidadã e mais voltada aos interesses da comunidade. Chamaram a atenção dos trabalhadores, muitos dos quais saíram da TV Bahia e vieram juntar-se aos militantes, que causaram frissom lendo um manifesto entregue à Rede Bahia, afiliada da Rede Globo no estado.

No final, saíram em passeata pelas ruas da cidade até a Rede Bandeirantes, onde protestaram, e depois foram até a Rede Record, concentrando-se lá. Em todo o Brasil está havendo, no Dia Nacional de Lutas, manifestações em frente às afiliadas da Globo.

Os sindicalistas presentes lembraram que a Globo tem um lobby muito forte no Congresso e controla a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). “Estamos batendo na democratização das comunicações e na aprovação da nova lei de mídia eletrônica. O sindicato defende também o acesso à banda larga em todo o país e a aprovação do marco civil da internet. Além de tudo, é importante apoiarmos a nova lei de informação democrática”, declararam os diretores do sindicato. Para eles, o protesto é um movimento popular em que a sociedade civil, cansada, resolveu mostrar a sua insatisfação perante os meios de comunicação e à população como um todo.”Foi escolhido como alvo inicial as emissoras vinculadas à Rede Globo por tratar-se do maior segmento de telecomunicações do país, não descartando a possibilidade de protestar em outras empresas de comunicação”, esclareceram.

Os manifestantes gritavam “A comunicação também tem que ser do povo!” enquanto a polícia pedia para que eles saíssem da emissora. Na realidade, houve um ato político no pátio interno da Rede Bahia, sem causar danos ao local. Foi lido um manifesto para explicar os atos contra a Globo, assinado por vários movimentos, para dialogar com a sociedade em torno da pauta da democratização da comunicação.

O coordenador geral do DCE da UFBA, Yuri Brito, lembrou que está acontecendo uma jornada de lutas no Brasil inteiro. “Há uma revolta contra a mídia em geral”,explicou. Também ocorreram protestos contra a mídia em Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.

“Eu quero ouvir a voz do povo na televisão! Vamos acabar com o monopólio da informação! Democratize já!”, ecoou a voz das ruas pela cidade.

Com CUT-BA