Roda Viva: Rui Falcão reafirma candidatura de Dilma à reeleição

O presidente do PT, Rui Falcão, reafirmou nesta segunda-feira (15) que a presidente Dilma Rousseff é a candidata do partido em 2014 e disse que ela não precisa ser tutelada "o tempo todo" pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele foi entrevistado pelo programa "Roda Viva", da TV Cultura. Ao ser questionado sobre o silêncio de Lula após a onda de protestos iniciada no país em junho, Falcão disse que o ex-presidente já tinha viagens agendadas à África e à Europa na primeira semana de julho e que não havia motivo para desmarcar os compromissos.

"Temos uma presidenta da República que dá conta do recado. Ele não precisa ficar tutelando o tempo todo", afirmou o dirigente.

O presidente do PT descartou a possibilidade de Lula disputar o Palácio do Planalto no lugar de Dilma em 2014. Ele afirmou que o "volta, Lula" é "natural" pelos índices de aprovação do ex-presidente e por sua importância no partido, mas disse que o movimento "não tem correspondência no sentimento dele [Lula] nem no círculo do PT". "Nossa candidata é a companheira Dilma", concluiu.

Ele disse não acreditar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que ensaia deixar a base aliada e se lançar ao Planalto em 2014, seja candidato e defendeu a realização de uma ampla aliança em prol da reeleição de Dilma. O dirigente declarou que o PT não pretende substituir o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), na disputa do próximo ano e buscou minimizar atritos entre os dois partidos.

E afirmou ser legítimo que as duas siglas tenham candidatos a governador em estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. "O PMDB tem candidato no Rio Grande do Sul contra o governador Tarso Genro, que é candidato à reeleição, vai ter candidato na Bahia, em São Paulo", declarou Falcão. "O Cabral não é candidato à reeleição. É legítimo que o PT lance candidato no Rio, como é legítimo que o PMDB lance no Rio Grande do Sul."

Manifestações

Rui Falcão, defendeu a reforma política no Brasil como forma de prevenir questionamentos éticos. Ao ser perguntado sobre o incômodo causado por manifestações recorrentes em junho contra políticos do PMDB, como o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, Falcão atribuiu a principal aliança do PT ao formato do sistema político atual, e não à uma aliança programática.

“Seria melhor fazer uma reforma política do sistema eleitoral para que a gente tivesse condições de eleger de outras maneiras, com maioria programática e que não estivéssemos sujeitos a esse tipo de questionamento. Por isso defendo a reforma política”, disse Falcão.

Sobre a presença do PT nas manifestações de rua de junho e julho o dirigente falou que o partido continua presente nas ruas. “O PT nunca saiu das ruas. Com o nível de emprego hoje, as pessoas estão trabalhando. Dificilmente teremos movimentos de massa semelhantes à década de 70. Houve muitos avanços nesse período e é este o legado que vamos estar afirmando nas eleições de 2014”.

Ao ser perguntado se a proposta de reforma evitaria a eleição ele afirmou que essa é uma decisão interna de cada partido. “Quem decide sobre a eleição deles (dos aliados) não sou eu. A reforma política vai permitir que haja maior transparência e menor peso econômico sobre as eleições. Os costumes políticos vão se aperfeiçoando, e novas lideranças vão assumir. Uma recusa em ouvir a população pode provocar renovação muito grande no Congresso em 2014”.

Informações de O Globo e da Folha de S.Paulo