Festival do Cinema mescla diretores iniciantes e veteranos

A mostra competitiva do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, marcado para acontecer entre 17 a 24 de setembro, segue dividida entre documentários e ficções (longas e curtas). A seleção competitiva, divulgada ontem, equilibra diretores veteranos, estreantes e representantes de vários estados brasileiros.

Os 30 filmes selecionados para competir no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorrerá entre 17 e 24 de setembro, foram anunciados, nesta quarta-feira (17) pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Eles foram analisados por comissões de seleção durante o período de 8 a 13 de julho.

O Festival de Brasília terá mostras competitivas de longa e curta-metragem, tanto em documentário como em ficção e de curta de animação. Neste ano, o evento recebeu 478 inscrições, sendo 39 longas de ficção, 63 documentários, 239 curtas de ficção, 102 curtas de documentários e 35 curtas de animação. Do total de inscritos, 60 títulos foram produzidos no DF, a maioria, curtas de ficção.

Estão na competitiva de longas-metragens de ficção, a categoria que acumula o maior número de prêmios, duas produções do Rio de Janeiro, duas de São Paulo, uma da Bahia e uma do Ceará. As comissões resolveram selecionar apenas produções inéditas no Brasil. "Nós demos liberdade de escolha aos curadores e eles optaram assim", explicou o secretário de Cultura, Hamilton Pereira. "É bom frisar que todos os filmes foram assistidos integralmente", anunciou o diretor-geral do Festival de Brasília, Sérgio Fidalgo, espantando as desconfianças que povoaram as seleções de edições passadas.

As produções de Pernambuco, que em 2012 dominaram a competição, foram reduzidas à participação do curta de ficção Au revoir, de Milena Times; o longa documentário O mestre e o divino, de Tiago Campos; e animação Deixem Diana em paz, de Julio Cavani.

Na competitiva de ficção, há uma produção de época, dirigida pela dupla Cláudio Marques e Marília Hughes, Depois da chuva, representante da Bahia, já ganhou exibição especial no Festival de Cannes deste ano. O veterano Rosemberg Cariry concorrerá com a ficção cearense Os pobres diabos. O paulista Paulo Sacramento, diretor do documentário O prisioneiro da grade de ferro, apresenta o longa de ficção Riocorrente. Um estreante em ficção, o documentarista carioca Vicente Ferraz (Soy Cuba – Mamute siberiano, 2004) concorre com A estrada 47 (a montanha). O diretor uruguaio-israelense, radicado em São Paulo, é um estreante na direção de longas-metragens, com Avanti popolo. Encerra os selecionados, a ex-companheira de Glauber Rocha a francesa Paula Gaitán, com Exilados do vulcão.

Na seleção de longas documentais concorre um representante do Distrito Federal, Plano B, codirigido por Getsemane Silva e Santiago Dellape (ambos estreando na direção de longas). Assim como na competitiva de ficção, a seleção balanceou trabalhos de veteranos e de iniciantes de vários estados.

A documentarista Maria Augusta Ramos, conhecida por discutir questões sociais por meio do tratamento jurídico em Justiça (2004) e Juízo (2008), exibirá o novo Morro dos prazeres. Seguida pela produção capixaba Outro sertão, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela. A Bahia trouxe mais um representante com Hereros Angola, de Sérgio Guerra. O cineasta Silvio Tendler, velho conhecido deedições do Festival, desta vez, ocupará a tela de projeção como personagem. A arte do renascimento – Uma cinebiografia de Silvio Tendler, dirigida por Noilton Nunes está na seleção.

Fonte: Correio Braziliense