Atletas do Brasil conquistam 22 medalhas no Mundial Paraolímpico

O Mundial Paraolímpico de Atletismo, em Lyon, na França, vem confirmando o favoritismo dos brasileiros. No quinto dia de competição já são 22 medalhas; nove de ouro, quatro de prata e nove de bronze. A comprovação veio nesta terça-feira (23), com as vitórias de Odair Santos, Terezinha Guilhermina, Jerusa Santos, Jhulia Santos e Alan Fonteles, todos beneficiados pelo Programa Bolsa-Atleta do Ministério do Esporte.

O paraense Alan Fonteles tornou-se campeão mundial dos 100m da classe T43 (biamputados). Com o tempo de 10s80, o atleta não teve dificuldades para cruzar a linha de chegada na primeira colocação. Alan fez uma prova impecável, liderando desde a largada e não dando chances para o principal adversário na prova, o norte-americano Blake Leeper (11s34). No domingo (21), o paraense já havia vencido a prova dos 200m em sua classe.

Odair conquistou a segunda medalha de ouro com o tempo de 2min00s58 e ficou em primeiro lugar nos 800. Ele superou o colombiano William Sosa e o turco Hasan Huseyin, que completaram o pódio.

Há três anos distante das provas de 800m, Odair ficou surpreso com o seu bom desempenho. “Estou aliviado pelo fato de ter três anos que não corro e não treino para competir nessa distância. Sabia que se conquistasse essa medalha de ouro seria um bônus para mim. Felizmente, fui vitorioso e vou ter mais uma oportunidade de escutar o hino brasileiro”, afirmou o paulista, que correu ao lado do guia Carlos Santos.

Em uma única prova – os 100m, classe T11 (cego total) –, as brasileiras Terezinha Guilhermina, com 12s16, Jerusa Santos, com 12s80, e Jhulia Santos, com 13s11, ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente. A ansiedade das atletas para a disputa da final era visível, e acabou atrapalhando os planos da angolana Esperança Gicaso, que acabou queimando a largada, foi desclassificada, e permitiu repetir a cena nos Jogos Paraolímpicos de Londres 2012, quando as três brasileiras também ficaram com as primeiras posições.

Terezinha Guilhermina, detentora do recorde mundial com 12s01, tempo feito em Londres, queria correr abaixo dessa marca, mas acabou não conseguindo. “Já fiz tempo em menos de 12 segundos nos treinos. É só uma questão de vir mesmo, uma questão de tempo”, ressaltou a atleta, que ficou preocupada com a desclassificação da africana.

Medalhista de prata na prova, Jerusa Santos comemorou o feito, apesar de acreditar que poderia melhorar a sua marca. “Realmente eu acho que o tempo poderia ser melhor, mas contratempos existem. O meu guia acabou sentindo durante a semana, mas acabou que, no fim, deu tudo certo”, comemorou.

Depois de passar a semana inteira na fisioterapia, por causa de um estiramento na posterior da perna direita, Jhulia Santos terminou a prova lesionada, e com as fortes dores teve de ser carregada pelo seu guia Fábio de Oliveira. Apesar do susto, a atleta não desistiu de participar dos 200m na sexta-feira (26).

Outra vitória surpreendente foi a da atleta Verônica Hipólito, 17 anos, estreante em mundiais, que conquistou nesta segunda (22) a medalha de ouro e bateu o recorde mundial com 27s49 dos 200m da classe T38m, para atletas com paralisia cerebral. Na pista do Stade du Rhône, no Parc Parilly, ela correu a semifinal em 13s19, superando em 24 centésimos a antiga marca pertencente a Inna Stryzhak, da Ucrânia, que durava havia quase cinco anos.

“Quando cruzei a linha de chegada, não sabia se tinha vencido, mas ouvi a música no estádio, que avisa quando alguém bate recorde mundial. Olhei e vi que tinha sido eu. Foi ótimo”, contou Verônica, que disputará a final dos 100m nesta quarta, por volta das 12h45 (de Brasília).

Fonte: Ministério do Esporte