Brasil conquista 3º lugar no Mundial de Atletismo Paralímpico

Inicialmente querendo terminar em quinto lugar, o Brasil acabou lutando medalha por medalha com os Estados Unidos e terminou no terceiro lugar do quadro geral dos Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico, que chegou ao fim neste domingo, em Lyon (França). No total, a delegação brasileira, de 35 atletas, conquistou 40 medalhas, sendo 16 de ouro, 10 de prata e 14 de bronze.

Brasil fica em 3º no Mundial de Atletismo Paralímpico

“O objetivo, realmente, era ter uma campanha superior. Mas, o mais importante, foi a revelação de jovens talentos, que já chegaram com boas atuações, e quantidade de atletas conseguindo medalhas. Isso mostra que estamos no caminho certo. Para começo de ciclo, é fundamental”, analisou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons.

Dos 35 atletas da delegação brasileira, 24 conquistaram medalhas, o que representa 68% do grupo. Além dos pódios esperados de nomes consagrados como Terezinha Guilhermina (três ouros), Alan Fonteles (três ouros) e Yohansson Nascimento (um ouro, uma prata e um bronze), talentos já consolidados renasceram e outros surgiram, garantindo a renovação da seleção brasileira de atletismo.

Lucas Prado e Odair Santos superaram graves lesões que as incomodaram em Londres-2012 e voltaram a exibir bons resultados. O velocista Prado, prata nas Paralímpiadas do ano passado, conseguiu voltar a vencer e levou dois ouros. Já o fundista Odair se consagrou, com três primeiros lugares.

Representando a nova geração, a paulista Verônica Hipólito, 17 anos, foi praticamente impecável no primeiro mundial da carreira. Conquistou um ouro nos 200m e uma prata nos 100m, com recorde mundial, que depois foi superado.

A paranaense Lorena Spoladore, 17 anos, levou um ouro no salto em distância para cegos total, prova em que o Brasil ainda não tinha grandes medalhistas. Destaque também para os jovens Alex Pires, 23 (duas pratas e um bronze) e Yeltsin Jacques, 20 (uma prata e um bronze).

“Tivemos uma variação de medalhas e atletas. Hoje, temos atletas muito bons em várias provas. Não dependemos só de um. Antigamente, se alguém se machucava, ficávamos preocupados pensando no que seria. Agora, não. Temos jovens talentos medalhando, estrelas consolidadas em alta…”, afirmou Ciro Winckler, coordenador de atletismo paralímpico brasileiro. “Mundial é importante, mas a maior cobrança será nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. A meta é ficar em quinto geral no atletismo, o que seria a melhor campanha da história do Brasil na modalidade”, disse. Em Londres-2012, o Brasil terminou em sétimo no atletismo.

Incentivo

A preparação dos brasileiros para o Mundial foi custeada por um convênio entre o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte no valor de aproximadamente R$ 39,4 milhões. O repasse é o maior já realizado entre a entidade e a pasta, e tem como objetivo investir em treinamento de alto nível e na preparação de 16 modalidades visando aos resultados nos Jogos Paraolímpicos Rio 2016.

Para o novo ciclo olímpico, que começou oficialmente com este Mundial de Atletismo, em Lyon, serão investidos cerca de R$ 100 milhões anuais. “Se compararmos com os outros Comitês, nosso orçamento está bastante alto. Vamos dar aos nossos atletas a melhor condição possível”, comentou Andrew Parsons.

O maior legado dos próximos anos do CPB será a construção do centro de treinamento paralímpico em São Paulo, que irá abrigar desde dormitórios, até estrutura para o treinamento e competição de quinze modalidades. “A ideia é que fique pronto em 2014 e, em 2015, já possamos operar lá dentro. Vamos fazer a reta final da preparação brasileira para os Jogos do Rio de Janeiro-2016 lá”, afirmou o presidente do CPB.

Dentre os brasileiros em Lyon, 25 participaram dos Jogos de Londres-2012, e 15 disputaram a última edição do Mundial, em 2011, em Christchurch, na Nova Zelândia. Este foi o maior Mundial de Atletismo organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC na sigla em inglês). Cerca de 1300 atletas, de quase 100 países, participaram de 207 provas na competição.

Informações do Portal do Ministério do Esporte