Concentração de setores do comércio e de serviços reduz opções de compra

Brasília é uma cidade de poucos donos. Com o setor produtivo restrito, restam opções limitadas ao cliente, que costuma esbarrar em preços semelhantes no comércio e na prestação de serviços.

O ambiente é propício a práticas anticompetitivas que atrapalham a livre concorrência e causam prejuízos ao consumidor.

Uma delas é a combinação de preços. Com as empresas nas mãos de poucos, fica mais fácil o possível acordo, que pode resultar na formação de cartéis, prática considerada criminosa (veja O que diz a lei). O problema é que o consumidor paga por isso. Segundo estimativas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o sobrepreço é de 10% a 20% por produto.

O gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, é um exemplo. Uma investigação deflagrada pelo Ministério Público do DF e Territórios em Ceilândia constatou que as revendedoras locais articulavam os valores do botijão. Entre fevereiro e dezembro de 2009, o produto, que custava R$ 35, subiu para R$ 43 — reajuste de 25% —, aumento bem acima da inflação registrada no período (4,31%).