UBM: 25 anos de ativismo por um mundo livre da opressão

 

Comemorações se justificam pelo caminho que trilhamos ao longo do tempo. Nesses 25 anos, a União Brasileira de Mulheres pode se orgulhar das lutas travadas pela emancipação das mulheres e contra todas as formas de opressão. De enfrentamentos é que nascem as vitórias e a celebração desses 25 anos nos permite colocarmos em justo lugar as conquistas dessa entidade, em mesma medida que trazemos para a reflexão os nossos desafios para os próximos anos. É nesse horizonte que acumulamos politicamente e traçamos estratégias condizentes com o nosso tempo, fundamentais para avançarmos no campo da emancipação feminista e na luta por uma sociedade justa, solidária e livre.
 
A UBM trava um debate com a sociedade brasileira que atravessa as relações de gênero e a luta de classes. Coloca-se entre as entidades que se constituíram num Brasil que experimentava os ventos da democracia. Nas primeiras décadas de sua fundação, resiste à onda de ofensivas aos movimentos sociais, reafirma seu caráter emancipacionista e atua em parceria com o conjunto do movimento feminista brasileiro. Chega ao século XXI com disposição para a disputa de ideias num cenário social em que a opressão tem nuances e é sentida de forma distinta entre homens e mulheres.

No limiar de outros 25 anos, olhamos para as possibilidades de avanço social, cultural e político que o momento nos aponta. A disposição para a luta de ideias e a atuação organizada em conjunto com movimentos sociais, aliada ao diálogo entre os campos do ativismo feminista – que ganha novos contornos e jovialidade – são compromissos da União Brasileira de Mulheres.

O Brasil contemporâneo nos impele a manifestar-se: se por um lado avançamos em políticas públicas para as mulheres e trazemos à visibilidade a gama de movimentos que se articulam em torno dos direitos humanos, por outro, há uma forte ameaça à democracia com propostas como o Estatuto do Nascituro e a Cura Gay, sedimentando ideias fundamentalistas, de cunho misógino, homofóbico, racista e intolerante.

Nesses 25 anos a UBM mostra que as organizações de luta podem amadurecer sem se perder no seu próprio tempo. Consolida-se enquanto entidade e mantém viva a luta por um mundo livre de preconceito.

Viva a União Brasileira de Mulheres!

*Clarissa Paixoto
Coordenadora Estadual da UBM/SC