Tarifas públicas têm menor aumento desde 1994

Dados coletados pelo Banco Central evidenciam que o represamento de reajustes de tarifas públicas começou antes das manifestações de junho – e foi além das passagens de ônibus e metrô que originaram os protestos.

Pelas contas do BC, preços definidos ou monitorados pelo governo federal, por Estados e municípios tiveram nos últimos 12 meses a menor alta desde o lançamento do Plano Real, em 1994.

O aumento conjunto foi de apenas 1,3%, e pelo menos 14 produtos e serviços subiram em ritmo inferior ao da inflação de 6,3% medida pelo IPCA no período. Três deles ficaram mais baratos.

O contraste é mais ostensivo quando a taxa é comparada com a dos preços livres, cuja elevação foi de 7,9% -pouco abaixo dos 8,3% acumulados até junho, maior percentual em dez anos.

De acordo com a metodologia empregada, são considerados preços monitorados aqueles que não são definidos pelo jogo de oferta e demanda do mercado, mas, sim, por autoridades estatais.

São tarifas federais como a de energia elétrica, estaduais como a do metrô paulista e municipais como as taxas de água e esgoto; preços fixados por estatais quase monopolistas, caso da Petrobras, e regulados por agências, como os planos de saúde.

Dito de outra maneira, são valores afetados mais diretamente por decisões políticas. No caso, para produzir índices de inflação mais benignos, tentar estimular o crescimento econômico ou atender ao alarido das ruas.

Fonte: Folha de S.Paulo